Xingado de “vagabundo” pelo deputado Romoaldo Júnior (PMDB), em áudio gravado por Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o deputado Wagner Ramos (PR), disse entender a pressão que o colega estava sofrendo e que o perdoa.
No áudio, Romoaldo reclama de Wagner Ramos para Rodrigo e Antônio Barbosa (irmão de Silval), pelo fato de querer dar parecer contrário à aprovação das contas de Silval Barbosa. Ainda, conforme áudio, entregue como prova da delação à Procuradoria Geral da República, Romoaldo garantiu que Ramos iria conceder parecer favorável as contas de Silval, caso contrário “romperia amizade” com ele. O áudio foi gravado no estacionamento da Assembleia Legislativa, dentro de um veículo.
Segundo delação de Rodrigo Barbosa, foram pagos 650 mil em propina para aprovação das contas de seu pai. O valor, segundo o delator, foi distribuído entre Wagner Ramos, Silvano Amaral (PMDB) e José Domingos Fraga (PSD).
Porém, Wagner Ramos, que era o relator das contas, nega que tenha recebido propina para dar parecer favorável. Segundo ele, Romoaldo “armou” o encontro. Ele garante que não sabia que Rodrigo e Antônio Barbosa estavam no carro quando entrou.
“Romoaldo mandou um assessor dele me chamar, disse que precisava falar comigo no estacionamento da AL/MT, perguntei que estava e ele disse que no veículo estavam Romoaldo, Antônio e Rodrigo Barbosa, então, eu mandei falar que não iria ao encontro. Depois, passou uns 40 minutos, ele mandou o assessor voltar e falar para mim que estava sozinho, que eu poderia ir. Cheguei lá dentro do carro estavam ele, Rodrigo e Toninho Barbosa” contou em entrevista concedida à Rádio Capital FM nesta sexta (15.09).
Segundo Ramos, o trio começou a falar sobre dinheiro, mas ele não falou nada. “Eu disse que não iria falar nada desse assunto porque não é do meu perfil. Falei que iria colocar para votar logo porque a própria imprensa pegava no pé. Quando o Romoaldo me chamou naquele carro, que estive dentro daquele carro, fiquei muito contrariado com o deputado Romoaldo, fiquei chateado com ele, porque o assessor dele mentiu para mim, disse que ele estava sozinho, mas não estava” relatou.
Wagner Ramos alega ainda, que ao deixar o veículo foi direto no gabinete do deputado José Domingos Fraga para se aconselhar. “Saí do carro e fui ao gabinete do Zé Domingos, falei que recebi pressão dos caras, ele me aconselhou: Wagner, para você dormir tranquilo, vai no TCE (Tribunal de Contas do Estado) e conversa com quem quiser, para você ter um parecer tranquilo e não ter problemas. E assim fiz, fui no TCE falei pessoalmente com Waldir Teis, com Novelli e com um técnico que garantiram que não teria problema em aprovar as contas. Voltei com consciência tranquila e dei parecer favorável” contou.
O parlamentar ainda desabafou: “na realidade foi mais uma pressão em cima de mim, depois que saí do carro, ele me xingou de vagabundo, se eu tivesse feito qualquer acordo com eles, eles iriam me xingar? Tudo isso prova que não fiz acordo para aprovar as contas de Silval. Romoaldo me xingou, xingou Oscar Bezerra, e vários outros deputados, mas, entendo a pressão que ele estava sofrendo naquele momento, e até desculpo o Romoaldo” disse ao explicar que Romoaldo era líder do governo, e que foi líder durante um bom período, e por isso tinha o contato com os deputados, mas diz, não saber qual tipo de acordo que tinha ou não, mas o objetivo era colocar na cabeça dos parlamentares que tinha que aprovar as contas, “não sei sem propina ou com propina, sei que tinha pressão” complementa.
Ao finalizar, o deputado disse desconhecer o recebimento de propina na ordem de R$ 200 mil. “Desconheço os R$ 200 mil citados, da onde gente? Quem me deu esse dinheiro? não tem quem fala, não tem, é tudo balela. O que percebe diante das falas e gravações do Romoaldo que o objeto era citar o maior número de deputados para depois justificar a roubalheira que fizeram no Estado de Mato Grosso” se defende.
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