A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), lançou nesta sexta-feira (01.08) o programa Acelera Saúde VG, que promete realizar mais de 600 cirurgias eletivas represadas desde 2017. Apesar do avanço, ela admitiu enfrentar sérias dificuldades financeiras na área, revelando ter herdado dívidas da gestão anterior e não ter conseguido apoio emergencial do Governo Federal.
O programa é executado em parceria com o Governo do Estado e pretende atender mais de 3 mil pessoas que aguardam por cirurgias ginecológicas, ortopédicas e gerais. Durante o anúncio, a prefeita criticou práticas da gestão passada, afirmando que o hospital municipal liberava pacientes por “alta administrativa”, mesmo sem realizar os procedimentos necessários, deixando-os em casa sem atendimento adequado.
“Esse mutirão visa justamente atender essa demanda represada que ficou para trás”, disse Moretti, agradecendo ao governador e ao secretário estadual de Saúde pelo apoio financeiro.
Segundo a gestora, apenas a folha de pagamento da saúde consome R$ 18 milhões por mês. “Precisei quitar débitos de 2024 deixados pela gestão anterior para conseguir manter a saúde pública funcionando”, afirmou.
Moretti também lamentou a ausência de emendas parlamentares federais para custeio da rede municipal, ressaltando que os recursos recebidos têm sido pontuais e oriundos de deputados estaduais para investimentos específicos.
Ao ser questionada sobre denúncias de que médicos do programa Fila Zero estariam trabalhando sem receber salários desde abril e ameaçam greve, a prefeita negou qualquer risco de paralisação. “Não há nenhum indicativo de greve”, garantiu. Ela atribuiu os atrasos a “trâmites administrativos”, ainda que tenha reconhecido os problemas financeiros enfrentados pela gestão.
Outro ponto controverso foi a terceirização da segurança nas unidades de saúde, que resultou na demissão de servidores com mais de 20 anos de serviço. Segundo a prefeita, a decisão foi motivada pela necessidade de segurança armada. Ela afirmou que os trabalhadores dispensados poderão ser recontratados, caso realizem treinamentos específicos exigidos para a nova função.
As explicações sobre o funcionamento da regulação de leitos também geraram dúvidas. Em um mesmo pronunciamento, Moretti afirmou que os pacientes do Pronto-Socorro “já estão regulados” e, ao mesmo tempo, que “precisam aguardar leitos de outros hospitais”. A inconsistência nas declarações reforça a incerteza sobre o real funcionamento do sistema de atendimento emergencial no município.
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