O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), afirmou nesta semana que é necessário avançar na taxação de grandes fortunas no Brasil, mas cobrou, ao mesmo tempo, medidas efetivas de corte de despesas no Governo federal. Segundo ele, somente aumentar a arrecadação não é suficiente se os gastos públicos continuarem crescendo sem controle.
“Se tem gente super rica por aí, ele pode sim contribuir, tem que contribuir mais com o país”, declarou. Mendes defendeu que o aumento da carga tributária para os mais ricos seja acompanhado por boa gestão dos recursos. “Hoje o que revolta muita gente do país não é só pagar mais imposto, é não ver o dinheiro dos impostos voltando adequadamente.”
O governador disse que sua própria gestão em Mato Grosso é exemplo de equilíbrio entre arrecadação e responsabilidade fiscal. “Quando entrei no Governo, coloquei os produtores para pagar mais, mas apliquei corretamente o dinheiro. Trabalhamos para aumentar a receita e cortar a despesa. Faço isso todos os dias”, afirmou.
Mauro Mendes ainda criticou a ausência de ações concretas do Governo federal nesse sentido. “Essa história de cortar a despesa está sendo falada, mas, efetivamente, nada foi apresentado até agora, muito pouco. Se estamos investindo aqui, ajudando em programas habitacionais, fazendo hospitais e obras como a BR-163, é porque está sobrando dinheiro. E só sobra dinheiro se aumentar receita e cortar gasto”, disse.
A declaração foi feita em meio a discussões nacionais sobre reforma tributária e justiça fiscal, com propostas em tramitação no Congresso para criar taxações sobre grandes fortunas, fundos exclusivos e heranças elevadas. Mendes reforçou que, sem controle nos gastos, qualquer aumento de receita tende a ser ineficaz. “Não há dinheiro que dê se você arrecadar muito e continuar gastando mal. E isso me parece que está acontecendo no Governo federal.”
IOF - O governador Mauro Mendes se posicionou contra a proposta de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e criticou a criação de tributos pontuais pelo Governo federal. Segundo ele, a medida tem efeito negativo sobre o crédito e atinge diretamente a população mais simples. “Quando forem comprar algo a prazo, vão pagar um IOF maior”, alertou.
Mendes também cobrou medidas de austeridade: “De novo: cadê o corte de despesas? Não aparece. Todo mundo fica indignado com o aumento de tributos. Isso pesa no bolso do cidadão brasileiro”, afirmou.
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