O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) presta depoimento neste momento à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na ação penal decorrente da operação Liberdade de Extorsão, que apura crimes de cobrança de propina por parte de jornalistas do Grupo Milas de Comunicação junto a políticos e empresários em Mato Grosso.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), os jornalistas extorquiam as vítimas em troca da não publicação de matérias que denunciassem possíveis crimes de corrupção e desvio de dinheiro público. Segundo o MPE, entre as tais vítimas dos jornalistas Silval, o ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf, entre outros.
Nadaf, inclusive, em depoimento à juíza Selma Arruda, contou que a gestão do peemedebista pagou R$ 200 mil pelo silêncio do jornalista. O pagamento foi confirmado pelo ex-governador Silval Barbosa admitindo que o valor teria sido repassado ao jornalista Antônio Carlos Milas de Oliveira.
São réus nesse processo Antônio Carlos Milas de Oliveira, seus filhos Maycon Feitosa Milas e Max Feitosa Milas, Antônio Peres Pacheco, Haroldo Ribeiro de Assunção e Naedson Martins da Silva.
Audiência - No início da audiência, a defesa do jornalista Antônio Carlos Millas questiona o depoimento do ex-governador Silval no qual teria confirmado o pagamento de R$ 200 mil por suposta extorsão efetuada pelo jornalista.
Segundo a defesa, o fato de ter feito delação premiada "obrigaria" Silval a confirmar o depoimento anterior, pois tecnicamente "não pode ficar em silêncio e não pode mentir". "Essa testemunha não vem com consciência livre, mas sim sabendo que pode ter acordo delação premiada rompida", disse a defesa pedindo a dispensa do depoimento de Silval. No entanto, o pedido foi negado.
Atualizada em 14h15 - Em seu depoimento, Silval afirmou que Antônio Carlos Millas o procurou em 2013, assim como seu sócio Vanderley da Trimec, para pedir dinheiro para que não fosse publicado uma matéria que relatada suposta irregularidades na aquisição da fazenda do conselheiro Antônio Joaquim em Nossa Senhora do Livramento. "Eu não aceitei a pagar a extorsão".
Silval revelou que tempos depois foi procurado novamente pelo jornalista em nova tentativa de extorsão. Conforme ele, para "não ser importunado mais pelo jornalista" foi combinado o pagamento de R$ 700 mil.
O ex-governador afirmou que se lembra do pagamento de R$ 200 mil, dinheiro oriundo de propina da desapropriação da área do Jardim Liberdade em Cuiabá. Porém, não se recorda as quantias pagas.
"Os pagamentos foram efetuados pelo Pedro Nadaf. Pedi para o Pedro pagar e resolver esse problema para que Antônio Carlos Millas parasse de me importunar", relatou.
O peemedebista diz que acredita que os R$ 700 mil acordados para não ter matérias divulgadas contra sua gestão. "Eu aceitei porque não queria que tinha matérias e fatos contra mim e minha gestão veiculados na mídia. Paguei também por insistência do deputado José Riva".
Atualizada em 14h30 - Sobre o primeiro depoimento da suposta extorsão na qual Silval disse que não ocorreu tal fato, ele declarou: "Naquela época eu não iria relatar os fatos que ocorreram no meu governo enquanto não assinasse minha delação premiada. Agora estou narrando todos os fatos, e a extorsão que sofri é uma delas".
O ex-gestor afirmou que Millas pode ter recebido dinheiro por ter veiculado mídia do seu governo. "Mas, os R$ 700 mil pagos aos Millas foram oriundos de propina. Dinheiro ilícito", disse ao encerrar o depoimento.
Siga o Instagram do VGN: (CLIQUE AQUI).
Participe do Canal do VGN e fique bem informado: (CLIQUE AQUI).