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senador Wellington Fagundes
O senador Wellington Fagundes (PL) teve o nome citado em nova ação civil pública movida pelo Ministério Público contra o ex-governador do Estado, Silval Barbosa, por suposta negociação de propina em licitação fraudulenta de obras relacionadas ao MT Integrado. Além de Silval, foram acionados: Valdísio Juliano Viriato, Cinésio Nunes de Oliveira, Construtora Rio Tocantins e Rossine Aires Guimarães.
Na ação, o MPE cita trechos da delação de Silval Barbosa, em que ele conta que ao iniciar as obras do 'MT INTEGRADO', sofria muitas extorsões por parte de membros de outros órgãos para receberem propinas do Executivo, sendo os membros citados do Tribunal de Contas do Estado e Assembleia Legislativa, e ainda, que nessa mesma época ele foi pressionado também por Wellington Fagundes para repassar algumas empresas do programa MT INTEGRADO, no intuito de realizar tratativas de 'retorno' diretamente entre ele e o ex-secretário da Sinfra, Cinésio Nunes.
“Que nessa oportunidade, o Declarante, Wellington Fagundes e Cinésio Nunes de Oliveira (secretário da SINFRA em 2013) combinaram que algumas construtoras que prestavam serviços na SINFRA no programa 'MT INTEGRADO' ficariam sob controle de Wellington Fagundes, coordenadas através de Cinésio Nunes de Oliveira, e que outras ficariam sob o controle do Declarante e de Valdisio Viriato (Secretário Adjunto da SINFRA), pessoa de confiança do Declarante; (...) Que o Declarante fez uma concessão em favor de Wellington Fagundes para que recebesse o retorno das seguintes construtoras (...).Que referente à Construtora Rio tocantins Ltda., cujo sócio proprietário é ROSSINI AIRES GUIMARÃES, o Declarante se recorda de ter atendido ROSSINI em seu gabinete, pois ele estava iniciado seus trabalhos no Estado de Mato Grosso; Que em conversa com o Rossini, o Declarante pediu 'auxílio' para pagamentos de restos de campanha eleitoral; Que o empresário ROSSINI AIRES GUIMARÃES concordou com o pagamento e devolveu a título de 'retorno' o valor aproximado de R$ 3.5000.000,00 (três milhões e quinhentos mil reais); Que o Declarante se recorda que utilizou o valor para pagar parte de uma dívida existente com o Banco Rural (empréstimo JOÃO CARLOS SIMONI / TODESCHINI CONSTRUTORA), não se recordando os detalhes; Que tais retornos são referentes à execução dos contratos administrativos perante a SINFRA do MT INTEGRADO; Que além disso, ROSSINI AIRES GUIMARÃES prestou ajuda financeira na campanha do senador Wellington Fagundes no ano de 2014, não sabendo se foi através do caixa oficial ou 'caixa 02'” trechos da delação de Silval usados pelo MPE na denúncia.
O MPE também usou trechos da delação do ex-adjunto Valdisio Juliano Viriato, que teria confirmado as alegações de Silval ao explicar: “Que referente à construtoras que pagavam retorno de propina ao ex-governador SILVAL BARBOSA o interrogando afirma ter recebido valores indevidos das seguintes construtoras: (...) JM TERRAPLANAGEM E CONSTRUÇÕES: QUE afirma que recebeu do proprietário da empresa JM de Brasília, através de seu representante em Cuiabá, cujo nome não se recorda, no ano de 2014, em uma única ocasião em seu gabinete na SINFRA, o valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) mediante vários cheques da própria construtora; Que sabe que as construtoras TRIMEC, ENZA, CRT tiveram tratativas diretas com SILVAL BARBOSA, não sabendo dizer se era sobre pagamentos de propinas referente a esse programa do MT INTEGRADO, ou sobre outras situações desconhecidas do interrogando” (trechos da delação usada na denúncia do MPE).
Com isso, o MPE destaca que: “à época da realização dos procedimentos administrativos da SINFRA era Arnaldo Alves de Souza Neto, então secretário de Transportes, o qual, conforme evidenciado nas declarações de Silval e Valdisio Juliano Viriato estava "colocado" naquela Secretaria para defesa do grupo político de Wellington Fagundes, e representava pessoalmente o interesse deste. Este, por sua vez, veio a ser substituído pelo Sr. Cinésio Nunes de Oliveira, também pessoa de confiança de Wellington Fagundes, segundo informações dos próprios colaboradores Silval da Cunha Barbosa e Valdísio Viriato”.
Apesar de ter o nome citado, o senador não foi denunciado na ação. Na época, ele era deputado federal.
Outro lado - A reportagem do oticias tentou contato com a assessoria do parlamentar, mas não houve retorno até o fechamento da matéria.
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