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Em um ano AL/MT adquiriu R$ 78 milhões em envelopes
Durante a audiência de instrução desta quarta-feira (22.04) no Fórum de Cuiabá, referente à Ação Penal por supostas fraudes em licitações na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, o empresário Júnior Mendonça disse que realizou vários empréstimos ao ex-deputado José Riva (PSD).
Em seu depoimento, Mendonça afirmou que foi apresentado ao ex-presidente da Assembleia pelo então secretário-geral do legislativo Eduardo Henrique Miguéis Jacob, e que a partir desse encontro realizou empréstimos ao social-democrata para pagar débitos da Casa de Leis e também à imprensa do Estado.
Segundo ele, os empréstimos foram realizados entre 2006 e 2010, e quantia chega aos R$ 10 milhões, sendo que último valor foi de R$ 3 milhões. Para honrar os pagamentos, Mendonça declarou que Riva chegou a dar como garantia a sua própria residência, instalada no bairro Santa Rosa em Cuiabá.
No depoimento, o empresário afirmou que o ex-parlamentar usava o ‘carro oficial’ da Assembleia Legislativa para ir a casa ou na empresa dele (Mendonça). O delator disse ainda, que realizou empréstimos para o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sergio Ricardo no valor de R$ 2 milhões, e também para o deputado estadual Mauro Savi (PR) no valor de R$ 90 mil.
Quem também revelou importantes informações sobre a movimentação financeira da Assembleia foi à analista contábil Edna Aparecida de Matos que trabalha no Ministério Público Estadual (MPE).
Ela revelou que o grande número de tonners e de envelopes adquiridos pela Assembleia levantaram suspeitas dos técnicos do Ministério Público, sendo que somente a aquisição dos envelopes ultrapassou os R$ 78 milhões em um ano.
Conforme ela, os produtos adquiridos pelo legislativo não possuía nenhum tipo de nota fiscal junto a Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz/MT).
A analista disse que foram adquiridos milhares de tonners para o legislativo sendo que o órgão possuía entre 140 e 160 impressoras. De acordo com ela, jamais foi vista uma quantia “tão considerada” de aquisição de envelopes e tonners na Assembleia.
Quem também prestou depoimento foi Tatiana da Silva Guedes ex-esposa do empresário Elias Abrão Nassarden Junior, e Áurea Maria de Alvarenga Gomes Nassarden ex-esposa do empresário Jean Carlos Leite Nassarden – ambos investigados pela Justiça por suposta participação do esquema na Assembleia.
Elias Abrão também seria um dos proprietários da empresa Livropel - empresa vencedora de licitação na AL/MT para fornecer tonners.
As ex-mulheres dos acusados negaram nos depoimentos envolvimento no suposto esquema que teria desviado R$ 62,2 milhões do legislativo estadual. Tatiana chegou a contar que o ex-marido alugava carros para a Prefeitura de Várzea Grande.
Já Áurea Maria declarou que o ex-marido, Jean Carlos, não soube administrar o dinheiro e revelou que atua hoje como motorista de ônibus de uma empresa que presta serviços a uma obra na cidade de Sonora, em Mato Grosso do Sul
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