O Rio Teles Pires, um dos mais importantes de Mato Grosso, foi declarado Patrimônio Natural, Histórico e Cultural pelo Estado, após aprovação em segunda votação da Lei n.º 1573/2024, do deputado estadual Júlio Campos (União). O projeto visa prever a biodiversidade do rio, comunidades ribeirinhas e indígenas. A lei ainda aguarda sanção do governador Mauro Mendes (União).
Atualmente o rio enfrenta diversidades devido ao avanço econômico. Uma das principais preocupações dos ambientalistas, é a construção de hidrelétricas.
O conversou com uma técnica de meio ambiente e engenheira florestal, Glendha Gomes, para entender os impactos que a construção de hidrelétricas tem na saúde do rio e no seu entorno.
Glendha elencou os principais problemas que essas construções causam. Sendo elas:
• Alteração do regime hidrológico, que modifica o fluxo natural do rio, afetando especialmente peixes migratórios;
• Prejuízo à biodiversidade aquática que pode reduzir ou extinguir espécies locais, afetando toda a cadeia alimentar;
• Inundação de áreas naturais, que pode causar perda de florestas, áreas de preservação. Além de afetar territórios indígenas;
• Deslocamento de populações, em caso de inundações, populações ribeirinhas e municípios à margem do rio poderiam ser perdidos, juntamente com a sua cultura.
Atualmente, há uma discussão sobre a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Rio Cuiabá. A técnica em meio ambiente explicou que com os estudos de impacto sobre a construção, um município da baixada cuiabana seria perdido.
“Um exemplo desses impactos, em especial o deslocamento de população, seria aquelas PCHs que queriam construir ali no Rio Cuiabá, um dos impactos seria inundar uma parte de Acorizal e considerando que é um município pequeno, seria perdida parte da população e cultura daquela cidade”, explicou a ambientalista.
O Rio Teles Pires é um dos mais importantes cursos d'água de Mato Grosso. Responsável por banhar os municípios de Sinop, Colíder, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Itaúba, Alta Floresta, Matupá, Carlinda e Paranaíta.
Com sua nascente nas serras Azul e do Finca Finca, o Teles Pires desempenha um papel essencial tanto do ponto de vista ambiental – já que é responsável por abrigar uma grande diversidade de peixes, em especial o Tucunaré. Quanto aos aspectos culturais e regionais, considerando a quantidade de comunidades ribeirinhas que são contempladas pelas águas do Teles Pires.
No passado serviu como rota de navegação e fonte de recursos para os povos indígenas.
Segundo justificativa do Projeto de Lei, o Teles Pires é parte vital da bacia hidrográfica do rio Tapajós, sendo um dos principais afluentes do Amazonas. Além de ser um marco cultural para etnias como os Kayabi, Munduruku e Apiaká, sendo central em suas tradições e rituais.
O PL prevê ainda que o Estado poderá celebrar convênios e promover ações e eventos voltados a divulgar a importância do rio, fomentar a sua inclusão nos roteiros turísticos e a preservação de seu leito e de suas margens.
O Projeto de Lei foi aprovado em segunda votação na quarta-feira (11.06). Agora, ele segue para sanção ou veto do governador.
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