O governador em exercício de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira (16.06) que o Governo do Estado tem colaborado com as investigações que apuram um suposto esquema envolvendo emendas parlamentares e a compra de kits agrícolas com sobrepreço.
A declaração foi dada após reportagem do portal UOL revelar que 14 deputados estaduais, um prefeito e o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alan Kardec (PSB), são citados no inquérito da Polícia Civil.
“Quem faz investigação é o Ministério Público, é a polícia. O Governo do Estado governa o Estado”, disse Pivetta, ao ser questionado sobre o caso durante evento oficial em Cuiabá.
“Recebi a notícia há pouco, não vi os detalhes, mas posso garantir que o governo nunca dificultou nenhuma investigação. Ao contrário, foi o próprio Estado que deu início aos procedimentos, por meio da Controladoria Geral do Estado (CGE)”, completou.
Segundo a Polícia Civil, o esquema pode ter causado prejuízo de R$ 28 milhões aos cofres públicos por meio da compra de kits agrícolas superfaturados com recursos de emendas parlamentares. A investigação apontou a atuação de um empresário como sócio oculto de empresas beneficiadas com os repasses. A delegada Juliana Rado, responsável pelo caso, solicitou o envio do inquérito à Polícia Federal.
Sobre a citação do secretário Alan Kardec na investigação, Pivetta saiu em defesa do aliado político. “Não tem nada que incrimine o Alan Kardec. Ele não ocupa uma posição que possa atrapalhar as investigações. As denúncias são ligadas à Seaf (Secretaria de Agricultura Familiar) e às empresas que mantinham relação com a pasta. Portanto, o Alan está longe disso. Não tem porque mexer com ele (tirar do cargo)”, declarou.
A Operação Suserano, deflagrada em setembro de 2024 pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), apura o desvio de recursos públicos por meio de convênios firmados entre a Seaf e o Instituto de Natureza e Turismo (Pronatur), com base em emendas de parlamentares estaduais. Os investigados negam qualquer irregularidade.
Veja quem são os citados na reportagem da UOL: José Eduardo Botelho (União), que na época era presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT); Juca do Guaraná (MDB); Cláudio Ferreira (PL), atual prefeito de Rondonópolis; Doutor João José (MDB); Alan Kardec (PSB), atual secretário de Ciência e Tecnologia da Informação; Gilberto Cattani (PL); Fabio Tardin (PSB); Julio Campos (União) Faissal Calil (PL); Ondanir Bortolini (PSD); Dr. Eugênio (PSB); Wilson Santos (PSD); Thiago Silva (MDB); Dilmar Dal Bosco (União) Carlos Avalone (PSDB) Diego Guimarães (Republicanos) é citado no inquérito, porém o nome dele não consta entre os que destinaram emendas
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