O candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) concedeu poderes para o empresário investigado por tráfico de drogas em Mato Grosso, Florindo Miranda Ciorlin representá-lo junto a órgãos do Governo Federal.
Florindo Miranda Ciorlin, é empresário e piloto, acusado de integrar a organização criminosa de um megatraficante.
A procuração a favor de Florindo foi assinada por Marçal em 28 de outubro de 2021 e divulgada pelo site Metropoles nesta sexta-feira (30.08). Naquela data, o empresário já havia sido preso pela Polícia Federal, denunciado pelo Ministério Público e se tornado réu na 1ª Vara Federal Cível e Criminal de Cáceres (MT).
Florindo é acusado pelo Ministério Público Federal de atuar na aquisição e ocultação de aeronaves para traficantes responsáveis pelo transporte de pelo menos 5,1 toneladas de cocaína da Bolívia ao Brasil.
A investigação da PF não cita o nome de Pablo Marçal. Porém, a procuração revela uma ligação direta do candidato com o empresário acusado de integrar o crime organizado de tráfico de drogas.
O envolvimento de lideranças do PRTB, partido de Marcal, foi noticiado com um esquema criminoso coordenado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). O próprio presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, teve um áudio vazado confessando suposto envolvimento com a facção criminosa.
A procuração também foi assinada por Marcos Paulo de Oliveira, sócio do candidato na Aviation Participações LTDA. “Oficialmente, o documento constitui como procuradora a Preflight Serviços Aeronáuticos LTDA – empresa especializada em assessoria de compra de aeronaves que pertence a Florindo e a seu irmão Ewerton Miranda Ciorlin – para representar a Aviation Participações em duas agências do governo federal: a Anac, que regula o mercado aéreo, e a Anatel, de telecomunicações”, cita trecho da reportagem.
Outro lado
Ao site Metropoles, a assessoria de Pablo Marçal afirmou que o candidato “não possui qualquer relação pessoal com o Sr. Florindo, sendo sua atuação restrita a um contrato profissional para a realização de transferências de aeronaves.”
Por sua vez, o advogado Henrique Tremura Lopes, que representa Florindo Ciorlin na ação, disse que a Preflight não interrompeu os serviços após a Grão Branco e que “continua atuando até hoje da maneira como sempre atuou”.
“O Florindo e o Ewerton, apenas e tão somente, prestam serviços de assessoria de transferência e compra e venda de aeronaves. Nunca tiveram qualquer envolvimento com qualquer integrante da suposta organização. A única coisa que fizeram é que, quando um cliente os procura, eles prestam assessoria da forma como prestam a qualquer cliente, e foi isso que aconteceu neste caso”, afirmou o advogado.
“A Preflight é uma empresa série e idônea, que presta serviços e é reconhecida nacionalmente pela excelencência. E todos os serviços são chancelados pela Anac”, acrescentou Tremura Lopes.
Questionado sobre as conversas interceptadas pela PF que indicam o interesse de Florindo em ir para a Bolívia e conhecer o megatraficante, a defesa explicou que a corporação fez uma interpretação “absolutamente” equivocada.
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