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Política Sexta-feira, 23 de Maio de 2014, 14:30 - A | A

Sexta-feira, 23 de Maio de 2014, 14h:30 - A | A

E agora Silval?

Operação Ararath revela “sujeiras” na prestação de contas do governador Silval Barbosa em 2010; R$ 4 milhões não foram declarados

O valor emprestado R$ 4,5 milhões, não consta declarado na prestação de contas do governador. Na época, Silval declarou ter bens na ordem de R$ 2,05 milhões.

por Rojane Marta/VG Notícias

As investigações da Operação Ararath – que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro -, revelaram que o governador Silval Barbosa (PMDB) mentiu em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral, nas eleições de 2010 – em que o reelegeu ao cargo.

De acordo com depoimento do delator premiado, Gércio Marcelino Mendonça Júnior, prestado à Polícia Federal e inserido nos autos, Silval Barbosa contraiu empréstimos junto à instituição financeira clandestina (alvo da PF), durante a campanha de 2010 e teria utilizado o valor para pagar dívidas eleitorais.

O valor emprestado R$ 4,5 milhões, não consta declarado na prestação de contas do governador. Na época, Silval declarou ter bens na ordem de R$ 2,05 milhões.

Júnior Mendonça relatou que durante a campanha de 2010, aproximadamente no mês de setembro, o então secretário de Fazenda Edmilson José dos Santos, entrou emcontato   com   ele para solicitar   que  fosse   pessoalmente ao apartamento de Silval Barbosa. Lá, Silval, lhe pediu emprestado R$ 7 milhões, conforme Júnior Mendonça, o governador explicouque o dinheiro  seriautilizado  para fins de campanha  eleitoral.

No entanto, Mendonça teria emprestado somente R$ 4 milhões a Silval, cobrando 3% de juros ao mês. Conforme as investigações da PF, Silval teria recebido o valor da seguinte forma: parte fracionada mediante a emissão de cheques contra a conta da empresa ComercialAmazônia  de Petróleo, parte  em  espécie e parte   mediante   o  pagamento    de  contas, aparentemente     relacionadas    com   a campanha    eleitoral de Silval.

As contas de Silval em período eleitoral pagas por Júnior Mendonça foram: para KGM Assessoria Institucional no valor de R$ 62 mil, R$ 114 mil para Sette Locação de Som e Luz (responsável pelos comícios do então candidato a reeleição), e para a Gráfica Print –responsável pela produção de material de campanha de Silval Barbosa. Todos os pagamentos foram feitos por meio de transferência eletrônica e em 11 de outubro de 2010.

Vale destacar que tais pagamentos não constam na prestação de contas de Silval Barbosa. Conforme o documento entregue a Justiça Eleitoral, a empresa Sette teria recebido 91.114,92 de Silval Barbosa por meio de cheque, a Gráfica Print R$ 1.293.467,00, já a KGM não consta na declaração. Inclusive, na próxima quinta-feira (27.05), o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso irá julgar representação proposta pelo Ministério Público Eleitoral contra Silval e seu vice, Chico Daltro (PSD), por suposta captação ou gasto ilícito de recursos financeiros de campanha.

Ainda, um pouco antes das eleições de 2010, Silval teria contraído empréstimos na ordem de R$ 450 mil com Júnior Mendonça. Sendo que R$ 300 mil foram emprestadospara pagar uma pesquisa de intenções de voto para reeleição do Governador – a empresa contratada teria sido a Ibope -, e R$ 150 mil foram emprestados a Silval para custear despesas de frete de ônibus, comida, água, entre outros, para realização da convenção do PMDB em26 de junho de 2010.

Os valores constavam em bilhetes com anotações do que se tratava, encontrados na casa do pai de Júnior Mendonça, durante busca e apreensão, e apreendidos pela PF.

Os empréstimos realizados a Silval foram operacionalizados por meio de Eder Moraes. Segundo Júnior Mendonça, Eder teria lhe afirmado que tinha contas do Governador para pagar.

“Neste período Eder Moraes não dava notas promissórias ou outro título de crédito em garantia aos empréstimos, pois já operavano  sistema  de  conta  corrente  e  a  rubrica  do  Eder  no  verso  eanverso do documento  já garantia que a divida seria paga” declarou o delator a PF.

Busca e apreensão - Júnior Mendonça disse ainda a PF que Silval Barbosa o recebeu em seu gabinete no Palácio Paiaguás para um 'acerto de contas' e folheou, diantede seus olhos, caderno  de  espiral,  de tamanho  universitário,  para  conferir  os  dados  da  dívida. A busca e apreensão feitas na residência do governador foram justamente para procurar esta caderneta, também estava prevista uma busca no gabinete de Silval, porém, não foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

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