Durante nova vistoria às obras do trecho do BRT, executado após acordo entre o Consórcio BRT e o Governo de Mato Grosso, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Sérgio Ricardo, afirmou nesta segunda-feira (28.04) que o foco agora deve ser garantir a conclusão da obra, e não buscar culpados pelo atraso. "Não dá para chorar pelo leite derramado", declarou, durante visita à região da avenida do CPA, em Cuiabá. Ele ainda acredita que a obra será entregue até janeiro de 2026.
A fala faz referência ao cronograma original da obra, que previa a entrega em novembro de 2024, mas, até o rompimento do contrato, apenas 20% dos serviços haviam sido executados. “Então, há um monte de gente responsável que tem que ser responsabilizada, mas não dá para ficar chorando leite derramado. É daqui para frente, fazer diferente”, reforçou o presidente do TCE.
Segundo Ricardo, um dos problemas apontados é a resistência de moradores locais às obras: “Algumas das conversas que nós tivemos mostraram um problema: ‘quando ligar uma britadeira aqui, o cidadão que mora naquele prédio vai reclamar’. Não tem que reclamar. Tem que aguentar. Já estão aguentando 12, 13 anos desse jeito”, declarou.
Outro entrave destacado pelo conselheiro é a escassez de mão de obra em Cuiabá. Ele defendeu a contratação de trabalhadores de fora para acelerar o ritmo dos serviços. “Não adianta tentar procurar mão de obra aqui em Cuiabá. Você não vai achar nem pedreiro, nem auxiliar de pedreiro. Não tem”, afirmou.
Sérgio Ricardo também enfatizou o caráter emergencial da situação: “Estamos vivendo uma emergência. Olhe o tempo que o cidadão leva para chegar de casa ao trabalho e para voltar. É uma situação emergencial que estamos atravessando.”
A expectativa do TCE é de que as obras sejam concluídas no início de 2026. Mesmo com a troca de empresas responsáveis pela execução, os trabalhadores atualmente mobilizados devem ser mantidos.
“Outras empresas poderão vencer o processo licitatório e, com certeza, aproveitarão toda a mão de obra que já está atuando. O ritmo das obras não vai mais parar”, garantiu Sérgio Ricardo.
Após o rompimento amigável do contrato, o consórcio atual ainda tem até 150 dias para concluir os serviços nos trechos da Avenida da FEB, em Várzea Grande, e da Avenida do CPA, em Cuiabá, até a altura do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).
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