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Política Segunda-feira, 29 de Agosto de 2022, 17:08 - A | A

Segunda-feira, 29 de Agosto de 2022, 17h:08 - A | A

Entrevista

Mendes espera aval de "outros Poderes" para seguir com as obras do BRT em Cuiabá

"Ninguém é onipotente no Poder. Temos o Poder Legislativo no caso do Governo do Estado, temos o Judiciário e o Ministério Público", destacou Mauro Mendes

Adriana Assunção & Kleyton Agostinho/VGN

O governador Mauro Mendes (União), candidato à reeleição, reconheceu em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (29.08), que as obras autorizadas pelo Governo do Estado para implementar o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) precisam do aval das Prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande. Entretanto, segundo Mendes, nem ele e nem o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), contrário ao projeto, são os únicos a decidirem.

“Eu já disse muitas vezes que nem eu, nem ele, nem ninguém é o todo poderoso. Ninguém é onipotente no Poder. Temos o Poder Legislativo no caso do Governo do Estado, temos o judiciário, você tem o Ministério Público, então, até agora todas as ações tentadas pela Prefeitura, elas não tiveram êxitos porque não tinham lógica, não razoabilidade e não preservaram o interesse público, portanto, perderam todas e a obra vai iniciar. Tenho certeza que existem outros poderes que são maiores que o prefeito, e, maior que o próprio governador", argumentou.

Sobre o prefeito usar a campanha da primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro (PV) ao Governo do estado para convencer a população “barrar” as obras, Mendes avaliou como possível, porém, afirmou que Emanuel terá que convencer a população a pagar o dobro para concluir as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e aceitar a pagar a tarifa em dobro.

“Se ele convencer do contrário e a população de Mato Grosso quiser votar nela (Márcia) para isso, ok. O novo governador pode rever qualquer decisão do anterior, isso é natural. Agora vai ter que convencer a população de Mato Grosso que ele quer fazer isso, que ele quer gastar o dobro do valor nesse modal e quer fazer a população de Cuiabá e de Várzea Grande pagar o dobro da tarifa. Se ele convencer disso, paciência “, disse Mendes.

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Com a autorização para início das obras que serão executadas pelo Consórcio Construtor BRT Cuiabá, por R$ 468 milhões, Mendes acredita que o imbróglio de mais de 10 anos chegou ao fim. “Consideramos página virada, situação resolvida agora é aguardar o desempenho do Consórcio vencedor para que as obras realmente aconteçam e na sequência vamos fazer a licitação para comprar os equipamentos e os BRTs, para entrega até a finalização das obras.”

Segundo ele, a próxima etapa, após o início das obras, é comprar os equipamentos e os BRTs. Ele afirma que no período em que apresentou o estudo para substituição do modal, os BRTs custam em torno de R$ 200 milhões. Mauro afirma que a aquisição por parte do Governo e não pelo Consórcio representa uma modicidade tarifária.

“Tudo que você manda a iniciativa privada fazer de investimento, isso vai para tarifa, então, se ele pedir para quem estiver operando fazer o investimento, isso vai para o cálculo tarifário. Então, se nós deixarmos de comprar e as empresas que estão fazendo o investimento comprar, isso vai para a tarifa. Então estamos fazendo esse investimento para ter uma modicidade tarifária.”

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Vendas de vagões

O governador Mauro Mendes também esclareceu conversas que indicam que o Governo de Mato Grosso estaria vendendo os vagões. “O Governo não está vendendo aquilo que não é de propriedade dele, na ação dizemos: isso é de vocês, leva embora e devolva o dinheiro do Estado. Se eles quiserem vender podem até vender, depositar o dinheiro em uma conta judicial ok, mas não é o Governo de Mato Grosso que vai colocar uma pastinha debaixo do braço e sair por ai vendendo”, explicou.

Ainda segundo Mauro, na ação de ressarcimento, o Estado requer a devolução de R$ 1.235.454.456,07 bilhão, em razão dos prejuízos causados pelo consórcio VLT. Entre os motivos, consta o inadimplemento contratual, amplamente comprovado em processo administrativo e a imediata devolução do material rodante (vagões do VLT) para a concessionária. Segundo o governador, se o Governo assumisse a negociação dos vagões, eles perderiam o valor.

"Isso na mão do Governo deprecia muito, isso na mão do próprio fabricante que vai dar garantia, assistência técnica, vai garantir uma reinstalação disso em algum lugar do Brasil ou do mundo tem valor muito maior, portanto seria uma incoerência o Governo falar que ele está vendendo. Isso foi conversas atravessadas”, destacou.

Trajeto

Em Várzea Grande, o BRT deve circular pelas principais avenidas do município. Segundo ele, o projeto irá contemplar as peculiaridades de logística da cidade, com adaptações e se for preciso eventuais desapropriações. “O BRT sobe a Couto Magalhães até uma certa altura e depois ele retorna pela Filinto Mulher, passando pelo Terminal. Aí passa em frente ao Aeroporto e vem para o centro de Cuiabá”, disse.

Estimativa da Tarifa

O governador afirmou que o valor inicial deverá ser alterado, considerando as adaptações da logísticas nas vias urbanas. Segundo ele, o tema ainda será discutido entre o Governo, Prefeituras e órgãos de controle.

“Tínhamos nos cálculos uma previsão de tarifa de R$ 3 do sistema BRT. Terá que ser feita uma nova composição tarifária por conta dos ramais, porque vai ter dois sistemas, truncal vai ser feito pelo BRT e as interligações aos bairros. Então vai ter um novo cálculo, isso vai ser objeto de uma mediação entre a Prefeitura de Cuiabá, Várzea Grande, Governo, Ager, Ministério Público. Então vai ter ainda uma discussão para definir essa tarifa”, afirmou.

Cuiabá

Segundo o governador Mauro Mendes (União), o projeto executivo que ainda será apresentado pelo Consórcio Construtor BRT Cuiabá liderado pela empresa Nova Engevix, responsável pela obra, apresentará uma modificação. “Vai ter um ramal do BRT que vai subir a Getúlio Vargas até a praça do Chopão retornando pela Isaac Póvoas e pegando o sistema. Essa modificação garante mais conforto ao usuário e para determinados itinerários o usuário poderá embarcar em um desses terminais sem integração. Então, a pessoa que vai trabalhar na região da Getúlio Vargas poderá fazer isso só com apenas um embarque num terminal chegando até o destino”, contou.

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