O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gravou um pronunciamento na noite desta segunda-feira (21.04) em homenagem ao papa Francisco, que morreu aos 88 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. O pontífice morreu pela manhã, um dia após sua última aparição pública, durante a bênção Urbi et Orbi, no Domingo de Páscoa.
“Um dia de muita tristeza para todos aqueles que, acima das religiões, fazem do amor a sua profissão de fé. Francisco foi o papa do acolhimento e, por isso, acordamos hoje um pouco órfãos do seu afeto, um afeto livre de preconceitos e julgamentos, em um mundo que sofre com a discriminação e a insegurança”, declarou Lula.
Segundo o atestado de óbito, o papa sofreu um AVC, entrou em coma e teve um colapso cardiocirculatório irreversível às 7h35 no horário de Roma (2h35 em Brasília). Com a saúde já fragilizada por uma pneumonia, ele havia passado mais de um mês internado entre fevereiro e março.
“Para Francisco, somos todos irmãos, criados para amarmos uns aos outros. E, por sermos todos irmãos, não há razão para tanta discórdia, tanto ódio, tantas guerras e tanta desigualdade no mundo. Francisco foi o papa de todos, mas, principalmente, dos excluídos, dos mais pobres, dos injustiçados, dos imigrantes, dos que não têm voz, das vítimas do abandono e da fome”, afirmou o presidente.
Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, foi o primeiro papa sul-americano, o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica e o primeiro a adotar o nome de São Francisco de Assis — símbolo de humildade e proteção aos pobres e à natureza. Durante seus 12 anos de pontificado, ganhou notoriedade por sua postura acolhedora, críticas contundentes às guerras, defesa dos povos indígenas e compromisso com as causas sociais, ambientais e a inclusão da comunidade LGBTQIA+.
A morte do pontífice dá início ao luto oficial de nove dias na Igreja Católica. Em seguida, será realizado o Conclave para eleição de seu sucessor, com previsão de ocorrer entre o 15º e o 20º dia após o falecimento. Apenas cardeais com menos de 80 anos poderão votar, e o novo papa precisará obter dois terços dos votos para ser eleito.
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