O governo brasileiro reagiu com firmeza à carta enviada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Na tarde desta quarta-feira (09.07), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou publicamente que o Brasil “é um país soberano, com instituições independentes, que não aceitará ser tutelado por ninguém”.
A declaração veio após Trump divulgar, em rede social, a imposição da nova tarifa e criticar o sistema judicial brasileiro por investigar e julgar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Lula rebateu: “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência exclusiva da Justiça brasileira e, portanto, não está sujeito a qualquer tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais.”
Mais cedo, o Itamaraty convocou representantes da Embaixada dos Estados Unidos para uma reunião de esclarecimento. A embaixadora brasileira responsável pelas relações com a América do Norte e a Europa, Maria Luisa Escorel, conduziu o encontro e questionou se a carta atribuída a Trump era, de fato, autêntica — uma vez que o governo soube da existência do documento por meio da imprensa.
Em sua manifestação, Lula também alertou que a taxação será respondida com base na “lei da reciprocidade”, indicando que o Brasil pode retaliar comercialmente os Estados Unidos, caso a medida seja levada adiante.
A troca de farpas intensifica a tensão nas relações bilaterais, até então consideradas estáveis desde o início do governo Lula. A nova investida de Trump, com forte tom político e eleitoral, é vista em Brasília como tentativa de interferência indevida nos assuntos internos do país e nas decisões soberanas do Judiciário brasileiro.
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