A juíza da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, Celia Regina Vidotti, mandou bloquear novamente as contas do ex-presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel, no valor de até R$ 531.626,93, por não ter pagado a multa judicial referente condenação no âmbito da Operação Aprendiz. A decisão é do último dia 15, mas publicado somente nesta sexta-feira (22.03) no Diário da Justiça Eletrônico (DJE).
Em março de 2015, João Emanuel foi condenado por ato de improbidade administrativa e a inelegibilidade. Em abril de 2017, a juíza Celia Regina Vidotti concedeu 15 dias para que a multa, que na época era de R$ 427.855,36, fosse paga, a qual seria revertida para o Pronto-Socorro de Cuiabá.
Porém, o ex-vereador não efetuou o pagamento da multa e em julho de 2017 a magistrada determinou a penhora on-line, via Bacenjud, no valor de R$ 470.640,89 mil, já acrescida da multa 10 %, das contas de João Emanuel.
Mas, conforme os autos, nenhum valor foi localizado nas contas do ex-presidente do Legislativo.
A ação foi transitada em julgado – fase processual onde não é mais possível alterar a sentença. Assim, o Ministério Público solicitou à Justiça que o ex-vereador cumprisse a decisão, arbitrada a época na devolução dos recursos requerendo e ao final solicitou nova penhora judicial nas contas, mas com valor atualizado de R$ 531.626,93 mil.
Em decisão proferida no último dia 15 deste mês, a juíza Celia Regina Vidotti, acolheu o pedido do MP. “Proceda-se a penhora em desfavor do requerido João Emanuel Moreira Lima, via Bacenjud, até o montante de R$ 531.626,93 (quinhentos e trinta e um mil, seiscentos e vinte e seis reais e noventa e três centavos) ”, diz trecho extraído da decisão.
Porém, na última terça-feira (20.03), a magistrada apresentou despacho constando “resultado negativo da tentativa de penhora on-line”, concedendo vista ao Ministério Público para manifestação.
Entenda - Em 2015, João Emanuel foi condenado pela prática de improbidade administrativa por ter usado o cargo de presidente da Câmara de Cuiabá para obter vantagens pessoais e para terceiros, em um esquema por fraude em licitação da Câmara de Cuiabá, e pela suspeita de liderar um esquema de grilagem de terras, razão pela qual chegou a ser preso em 2013.
Na época, as investigações apontaram que João Emanuel estava fraudando licitações, falsificando documentos de terrenos que seriam dados como garantia a agiotas para obter dinheiro para ser usado na futura campanha dele a deputado estadual nas eleições de 2014.
No processo chegou a ser anexado um vídeo no qual o ex-vereador foi flagrado supostamente negociando uma suposta fraude de um contrato de licitação da Câmara de Cuiabá com uma pessoa que seria responsável por uma empresa gráfica.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).