O presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador João Emanuel (PSD), voltou a garantir nesta terça-feira (01.10) que não está ligado a atos de corrupção na compra de decisão judicial para soltura de traficantes em Mato Grosso. A denúncia foi realizada na última sexta-feira (27.09), pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Em plenário, durante a sessão ordinária de hoje, o parlamentar disse que recebeu a denúncia com “surpresa”, já que no fim de 2011 e início de 2012 seu nome foi citado na investigação, mas depois o próprio MPE havia o excluído do processo. Segundo o social-democrata, ele passou a ser desde aquela época testemunha no caso e inclusive colaborado com as investigações.
O parlamentar garantiu que assim que teve ciência que seu nome estava relacionado com o esquema criminoso procurou pessoalmente o Ministério Público, no entanto, o órgão teria negado a ele o direito de ter acesso ao conteúdo do processo.
“Eu busquei nesta segunda ter acesso ao conteúdo da denúncia, para saber o motivo do envolvimento do meu nome, mas foi me negado ter acesso ao conteúdo. Enquanto isso, me mantenho tranquilo, sabendo que nada eu devo e nada eu temo”, destacou João Emanuel.
O social-democrata citou que faz parte de uma família de juristas, é doutor em Direito e que sabe que o ônus da prova cabe para quem alega o crime. O presidente disse ainda, que a denúncia é uma tentativa de desestabilizar a Câmara de Vereadores e mudar o foco da atuação da Casa.
Durante a sessão de hoje alguns vereadores subiram na tribuna da Casa de Leis e pediram para que João Emanuel esclareça as denúncias o mais rápido possível, já que o social-democrata preside o parlamento cuiabano e tendo seu nome envolvido no esquema criminoso estaria de certa forma “manchando” o nome da Câmara da Capital.
Entenda o caso – O Ministério Público, por meio do Gaeco, denunciou na última sexta-feira (27.09), 10 pessoas envolvidas em atos de corrupção na compra de decisão judicial para a soltura de traficantes da família Pagliucas. Consta na denúncia, que o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador João Emanuel (PSD), estaria envolvido no esquema.
De acordo com a denúncia, o social-democrata era quem comandava as ações do estudante de direito Marcelo Santana, já denunciado pelo Ministério Público em abril de 2013, por tentar cooptar o assessor da Vara do Crime Organizado para que redigisse minuta de decisão favorável à soltura dos traficantes.
A participação do parlamentar, que na época dos fatos era candidato a vaga na Câmara, foi comprovada por meio de interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal. Além de João Emanuel, também foram denunciados José Maria Machado, Ailton Rodrigues de Pádua, Adalberto Pagliuca Neto, Régis Aristide Pagliuca, Regina Célia Cardoso Pagliuca, Joelson Alves da Silva, Elaine Cristina Pagliuca Silva, Joelma Alves da Silva e Ana Alves da Silva. Todos vão responder por corrupção ativa.
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