O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) protocolou nessa terça-feira (19.09), na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, um pedido de rescisão do acordo de delação premiada realizado com o advogado Joaquim Fábio Mielli Camargo, no âmbito da “Operação Ventríloquo”, por omitir fatos ligados a crimes ocorridos na Assembleia Legislativa.
De acordo com o Gaeco, ele teria omitido fatos ilícitos propositadamente com a finalidade de proteger o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB).
Segundo o órgão, a partir de conversas ambientais gravadas pelo também colaborador Júlio César Domingues Rodrigues com o deputado Romoaldo Júnior e o delator Joaquim Fábio, ficou comprovado o envolvimento do parlamentar no esquema criminoso que teria desviado aproximadamente R$ 9,5 milhões em recursos da ALMT entre os anos de 2012 e 2014.
Conforme o Gaeco, a gravação demonstra que o delator tinha conhecimento da participação do deputado nos crimes investigados, e que ele sonegou essa informação ao Ministério Público durante a confecção do acordo de delação premiada.
O Gaeco informou que no pedido requer rescisão do acordo de delação, o cancelamento de todos os benefícios propostos inicialmente ao advogado Joaquim Fábio, e que ao final irá denunciar o delator pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato.
Operação Ventríloquo – A Operação Ventríloquo investiga uma suposta organização criminosa instalada na Assembleia Legislativa e que teria desviado mais de R$ 9,5 milhões dos cofres públicos.
De acordo com o Gaeco, “no período compreendido entre os anos de 2013 e 2014 os investigados junto com parlamentares estaduais constituíram uma organização criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas com um único objetivo: saquear os cofres da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso”.
No mesmo período os investigados teriam ocultado e dissimulado a natureza e a origem dos valores provenientes da infração penal cometendo o crime de lavagem de capitais. Na época, a Assembleia Legislativa contratou um seguro junto ao antigo Bamerindus Companhia de Seguros na década de 90 (hoje HSBC, que o incorporou), porém, não quitou os valores devidos, o que levou à Seguradora ingressar com a ação de execução no ano de 1997.
Na época os promotores concluíram que entre os meses de fevereiro à abril de 2014 os denunciados subtraíram cerca de R$ 9,5 milhões em proveito próprio e alheio valendo-se da condição de funcionários públicos de alguns de seus membros.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).