Reprodução e VG Notícias
Aeronave do Estado pode ter transportado ouro comprado ilicitamente para Organização Criminosa de Silval
O depoimento do ex-presidente da Companhia de Mineração do Estado (Metamat), João Justino Paes de Barros, no último dia 05, na Sétima Vara Criminal Cuiabá, trouxe à tona uma dúvida, além de Justino, quem mais realmente comprava ouro na região de Peixoto de Azevedo, no auge do governo de Silval Barbosa (PMDB), já que no mesmo dia daquele ano, Silval e o ex-secretário estadual de Comércio, Indústria, Minas e Energia, Alan Zanata estavam na região.
À época, a assessoria do então governador Silval Barbosa, informou que João Justino Paes de Barros estava em viagem de trabalho, na região de Guarantã do Norte, divisa de Mato Grosso com o Pará, onde cumpria extensa agenda de trabalho com Silval Barbosa e Alan Zanata.
Isto porque, Justino em seu depoimento, na condição de colaborador premiado, disse à juíza Selma Arruda, que em uma das ocasiões em que foi comprar ouro, a pedido de membros da agora desbaratada organização criminosa, teria sofrido um acidente e que depois o motorista da Metamat, que dirigia na oportunidade, teria morrido dois anos depois, em decorrência deste acidente.
A reportagem do oticias fez um levantamento do noticiário da época, e constatou que em 28 de junho de 2013, Justino realmente sofreu acidente automobilístico em Guarantã do Norte, próximo à Peixoto de Azevedo, ao capotar uma Mitsubishi Pajero, quebrando costelas. Na oportunidade, o presidente da Metamat foi transferido para Cuiabá pelo helicóptero do Grupamento Aéreo (Graer) de Mato Grosso.
Conforme noticiário daquele ano, Alan Zanata, tomou todas as providências para o translado de João Justino, porque, segundo ele, à época, o mesmo precisava de atendimento especial.
Hoje, com o depoimento de João Justino, ficou claro que a viagem que ele fazia de volta para Cuiabá de carro, trazia uma grande quantidade de ouro comprada ilegalmente na região de garimpo, ou seja, o helicóptero do Estado, utilizado para o translado, certamente trouxe também a valiosa bagagem ilícita do presidente da Metamat.
Tudo indica que as compras de ouro feitas por Justino, diretamente na região de garimpo, eram monitoradas por mais gente importante no governo Silval Barbosa.
Pelo que se percebe, é que nomes estão sendo preservados nos depoimentos dos colaboradores premiados e tudo isso, se confirmado poderá invalidar a delação premiada no pleno do Superior Tribunal Federal (STF).
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