A presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso (SINPOL/MT), Edleusa Mesquita, afirmou ao oticias nesta sexta-feira (01.11), que a nota de repúdio emitida pelo Sinpol/MT na quinta (31), é em resposta as declarações do delegado-geral da Polícia Judiciária de Mato Grosso (PJC), Mário Dermeval, que isentou o delegado Rafael Scatolon de ter vazado as imagens do empresário Valdir Piran, preso em Brasília, sem camisa e com a calça desabotoada, durante operação “Quadro Negro”, deflagrada pela Delegacia Fazendária.
O delegado-geral concedeu entrevista ao oticias, no último dia 23 de outubro, e na oportunidade, defendeu o delegado chefe da operação em Brasília, Rafael Scatolon, em relação às imagens divulgadas da prisão do empresário.
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Para a presidente do Sinpol, quando Demerval defende o delegado Scatolon, ele põe em “xeque” a reputação dos policiais que acompanhavam a operação. “Na entrevista que ele deu a vocês, do VG Notícias, ele defendeu o delegado. Então, sobraria neste caso para serem investigados, pela Corregedoria, os policiais. E no local estavam também os advogados de Piran e tinham outras pessoas filmando, que poderiam ter vazado as imagens. Então não seriam somente os policiais”, destacou Edleuza.
A presidente do Sindicato criticou o delegado-geral, que, segundo ela, deveria ter defendido a Instituição [Polícia Civil] e não apenas isentar o delegado que estava à frente da operação em Brasília.
“A postura do delegado-geral não foi correta. Ele se limitou a defender o delegado e esqueceu que na operação estavam os policiais. Mas, além dos policiais, acompanharam e filmaram a prisão, os advogados de Piran, e outras pessoas que estavam no local, no dia. Quando o delegado-geral isenta o delegado Scatolon fica subentendido que foram os investigadores que vazaram as imagens. Isso não tem como aceitar”, disse Edleuza.
Ela ressaltou que todas as operações que são feitas pela Polícia Civil, são filmadas e fotografadas para fazer parte do inquérito. “Então, nós policiais temos a capacidade suficiente para entender que esse tipo de informação é restrita a operação”.
Porém, a divulgação pode ser feita pelo responsável da operação, é um critério dele, e não pela equipe de trabalho.
Edleuza também criticou o governador Mauro Mendes (DEM), que pediu ao delegado-geral que apure o vazamento das imagens e puna o responsável, e até o retire das operações.
De acordo com Edleuza, é a primeira vez que vê o governador se empenhar na defesa de um preso e diz não entender. Ela lembrou que, recentemente, durante uma operação, o bicheiro João Arcanjo Ribeiro foi preso em sua residência, pela manhã, apenas de bermuda e sem camisa. E, segundo Edleuza, não viu nem o governador e nem qualquer outra autoridade, ou da Instituição sair em defesa dele.
“Não dá para ter dois pesos e uma medida. Isso está totalmente errado”, criticou.
Edleuza disse que ainda na tarde desta sexta-feira (01.11), irá se reunir com o titular da Delegacia Fazendária, Anderson Veiga para saber se houve abertura de procedimento apenas contra os investigadores.
O caso - O empresário e outras cinco pessoas foram presas no dia 22 de outubro, durante a operação “Quadro Negro”, que apura desvios de recursos púbicos do antigo Centro de Processamento de Dados do Estado (Cepromat), atual Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI), com prejuízo estimado em R$ 13 milhões.
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