A Polícia Federal apreendeu nesta sexta-feira (03.10) o celular de Andreson de Oliveira Gonçalves durante cumprimento de mandado em sua residência em Primavera do Leste (a 239 km de Cuiabá).
O lobista cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica devido a problemas graves de saúde e é investigado por suspeita de compra e venda de decisões judiciais envolvendo assessores do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e em outros tribunais.
Ele estava preso desde a primeira fase da Operação Sisamnes, deflagrada em novembro de 2024, e foi transferido para o regime domiciliar em julho deste ano, após laudo médico apontar risco de morte em razão do seu quadro clínico.
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Segundo a Polícia Federal, esta fase da investigação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, por suspeita de descumprimento das medidas cautelares. Até o momento, não há ordem para nova prisão do investigado.
Operação Sisamnes
A Operação Sisamnes já teve dez fases e revelou que Andreson tinha acesso antecipado a minutas e votos de ministros do STJ. As investigações começaram após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá. Durante a apuração, o celular de Zampieri foi apreendido, sendo encontrado diálogos que indicavam compra de decisões judiciais de desembargadores, entre eles Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, ambos de Mato Grosso, e que foram afastados do cargo.
O material foi encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que identificou a relação de Zampieri com Andreson. As mensagens revelaram que o lobista compartilhava minutas de decisões do STJ e relatava pagamentos a assessores de ministros em troca de sentenças favoráveis.
A investigação também identificou transferências bancárias de empresas ligadas a Andreson para agentes públicos, incluindo um repasse de R$ 4 milhões a um servidor do STJ que atuou nos gabinetes de duas ministras da Corte.
A PF segue apurando a extensão da atuação do lobista e a participação de outros envolvidos na venda de decisões judiciais.
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