A perícia responsável pela investigação do atropelamento dos três jovens em frente à boate Valley Pub Cuiabá, em 23 de dezembro de 2018, na avenida Isaac Póvoas, na Capital, falou sobre o desdobramento do caso nesta terça-feira (19.02).
De acordo com o perito Henrique Praeiro, as análises foram realizadas no local e no veículo da condutora, Rafaela Screnci. Segundo ele, se Rafaela que estava a 54 km/h não houvesse ingerido bebida alcoólica, ela teria condições totais de visualizar o trio e evitar as mortes.
“Constatamos que ele (condutor) tinha condições totais de visualizar as pessoas sob a pista e imobilizar o seu veículo evitando assim a colisão. Os outros veículos não geraram qualquer tipo de obstrução. Se ele tivesse sido conduzido por um condutor padrão, que tem reflexos, poderia ter trafegado com segurança, antes de alcançar as vítimas”, afirmou o perito.
Ainda segundo ele, a dança na pista pela jovem Hya Girotto, 21 anos, vítima do atropelamento, gravados pelas Câmeras de Segurança, também contribuíram para o acidente. “É possível ver que a partir da metade da pista, ela para no meio da travessia, se não houvesse essa mudança, eles concluiriam, antes do veículo chegar, eles retardaram o tempo”, garantiu. Confira matéria relacionada.
Segundo o delegado da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, Hya apresentou um laudo médico adiando a data para ser ouvida por ele, que ocorrerá no fim de fevereiro.
Ainda conforme Cabral, o laudo pericial traz esclarecimento de várias circunstancias para que ele possa se posicionar sobre a condução da Rafela Screnci, contudo, sobre a Hya, ele necessitará de laudos adicionais.
“Eu vou necessitar de demandar de pericias adicionais, não em cima do que os peritos constataram no local do evento, mas as que as câmeras de segurança captaram. Essas análises periciais vão se ater na questão da influência que o comportamento que a Hya teve, na conclusão da travessia. Se a Hya fez com que se retardasse e tirasse a concentração desses dois (Ramon e Myllena)”.
E acrescenta: “Como também na identificação dos três veículos que estavam obstruindo as faixas de circulação exclusiva de ônibus da direita, e pedindo e dificultando eventuais reações da condutora do veículo e também a questão da efetiva velocidade do veículo da Rafaela, através das imagens da gravações, através dos quadros de pixels”.
O delegado também explica que Rafaela está a um passo de ser responsabilizada por homicídio doloso – quando há intenção de matar.
“O estágio em que nós estamos hoje permanece. A responsabilidade da Rafaela por homicídio culposo, mas já com chances de agravamento porque elementos que nós temos de corpo delito corregidos a investigação apontam que ébrio dela era altamente. Ela não tinha nenhuma condição de assumir a direção do veículo, inclusive foi advertida por frequentadores do estabelecimento comercial que ela estava antes do acidente, para que não assumisse a direção do veículo ante o risco que ela apresentava, e ainda assim, ela assumiu o risco. Ela está a um passo de ter sua responsabilidade alterada da culposa, para a dolosa. Mas nós vamos aguardar esse esclarecimento adicional em relação as provas audiovisuais para se confirmar se a velocidade gira em torno dos 54 km/h ou 58 apontados pelo laudo”.
“Queremos uma investigação livre de dúvidas e questionamentos. Tanto em absolvição, como culpabilidade”, finaliza.
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