O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas, preso preventivamente nesta terça-feira (18.12) é o principal suspeito de apagar provas e coagir testemunhas para atrapalhar as investigações da operação Sangria, deflagrada pela Polícia Judiciária Civil.
De acordo com o delegado, Lindomar Aparecido Tofoli, as empresas Proclin, Qualycare e Prolabore são suspeitas de monopolizar os serviços médicos na Capital, com o auxílio do ex-secretário.
“No transcorrer das investigações, apuramos a participação e a responsabilidade do Huark Douglas nessa situação e começamos a receber informações que provas estavam sendo ocultadas, destruídas, testemunhas estavam sendo coagidas, interferência dentro da própria Secretaria, mesmo depois do Huark ter saído. Então, isso caracteriza crime de obstrução à Justiça, praticado por uma organização criminosa, por isso optamos por representar preventivamente as pessoas que de alguma forma nessa fase, nesse momento da investigação, estavam tumultuando e causando transtornos para investigação da polícia”, explicou.
Ainda de acordo com Lindomar, a monopolização consistia em fraude para o processo licitatório não ir para frente, forte interferência dentro dos órgãos para que licitações não acontecessem, para que desclassificassem concorrentes para que sempre o grupo da empresa Proclin ficasse prestando serviços.
Braço direito do ex-secretário e adjunto na saúde, Flávio Alexandre Taques Silva está foragido da Justiça. “Huark tem forte influência dentro da Secretaria municipal, esse Flávio que está foragido é um braço direito dele, então a gente tem que apurar o que efetivamente está acontecendo. Há informações que mesmo exonerado, ele continuava agindo”.
Ainda conforme o delegado, pessoas morreram nas filas para atendimento, e isso é o pior prejuízo a sociedade. E fez um apelo: “Eu peço que as pessoas de bem, que saibam efetivamente o que está acontecendo na saúde Pública venham, colaborem com a polícia, na Polícia Civil de Mato Grosso existem pessoas comprometidas com a população, nós sabemos que muitas pessoas morreram por falta de atendimento médico, a gente pede que as famílias que foram prejudicadas por falta de atendimento compareçam à delegacia, informem o que aconteceu, porque é de fundamental importância pra que a gente enriqueça a investigação e leve ao Judiciário a prova mais próxima possível do que aconteceu”.
Questionado se há indícios da participação do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) no esquema, o delegado garantiu que ainda não há informações sobre isso. “A investigação está se iniciando, conforme as investigações estão chegando, nós estamos apurando, e nós vamos apurar tudo”, finalizou.
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