Reprodução Gaeco

Servidor TCE, Cláudio Roberto Borges Sassioto é apontado como um dos responsáveis por cooptação de empresa "fantasmas"
Durante as investigações do GAECO, descobriu que o servidor do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Cláudio Roberto Borges Sassioto, além de ter sido apontado como proprietário de fato das contas bancárias abertas em nome dos terceiros, utilizados nas práticas criminosas, no suposto esquema fraudulento da FAESPE por meio de convênios, ele também mantinha rinha de galo, venda de arma de fogo e possível manobra para furtar energia elétrica. Claúdio foi preso na última terça-feira (20.06), na operação Convescote. De acordo com o Ministério Público, as empresas eram fictícias e recebiam dinheiro sem prestar qualquer prestação de serviço ou fornecimento de materiais. O pai de Cláudio, José Antônio Pita Sassioto também está preso por fazer parte da suposta organização criminosa.
“A impressão que se extrai das conversas captadas é de que CLÁUDIO é o proprietário de fato das contas bancárias aberta em nome dos terceiros utilizados nas práticas criminosas do bando”, aponta Gaeco.
O servidor foi um dos que mais recebeu vultosos recursos públicos "intermediados" pela FAESP, detectado com a quebra de sigilo bancário dele. Ele é apontado pelo GAECO como um dos aliciadores de “empresas fantasmas”. “Pessoa esta que desde o nascedouro das primeiras diligências investigativas já era apontado como um dos aliciadores de "empresas fantasmas" para o esquema criminoso”, diz trecho da ação do Gaeco.
"Em CLAUDIO deixa Eu ti falar pra VOCÊ Eu expliquei pro VOCÊ como é que tem que ser feito né vai ter que tirar esse RELÓGIO e levar lá dentro da CEMAT é bom fazer agora depois que for ligar o negócio (...) vai ter que tirar e levar no LABORATÓRIO para os CARAS lá para o MENINO mexer nele e VOCÊ acerta com ELE aí."
"pois é pô vender (cheques pós-datado), que uma ARMA zera dessa aí trazer oito barreiras (bloqueio policial) parcelar é fiz por causa de VOCÊ juro por Deus." Na sequência HNI fala: "por que esse CARA tem dinheiro não sei por que que ELE pagou assim."
Em seguida CLAUDIO lamenta: "pois é pô vender (cheques pós-datado), que uma ARMA zera dessa aí trazer oito barreiras (bloqueio policial) parcelar é fiz por causa de VOCÊ juro por Deus." Na sequência HNI fala: "por que esse CARA tem dinheiro não sei por que que ELE pagou assim." CLAUDIO continua: (..) Eu tinha vendido a do RONI aqui RONI é um coitadinho rapaz mestre de obras ELE pagou R$ 4.500.00 em dinheiro (provavelmente. referindo-se a venda de outra ARMA DE FOGO) falei porque ELE é amigo seu tal e Eu já tinha falado pra VOCÊ (.J." Logo após, HNI explica a negociação feita com o Comprador da ARMA FOGO: "(...) Eu falei pra ELE Eu tava lá no buteco ELE (comprador) pegou e falou não Eu compro duas parcelas Eu compro Eu falei duas parcelas VOCÊ vende se falasse que não ELE ia pagar a mesma coisa Eu acho."
Na conversa do dia 21/10/2016 às 13h2lmin21s, um HNI identificado pela alcunha de CHURE fala: "Em CLAUDIO deixa Eu ti falar pra VOCÊ Eu expliquei pro VOCÊ como é que tem que ser feito né vai ter que tirar esse RELÓGIO e levar lá dentro da CEMAT é bom fazer agora depois que for ligar o negócio (...) vai ter que tirar e levar no LABORATÓRIO para os CARAS lá para o MENINO mexer nele e VOCÊ acerta com ELE aí." CLAUDIO pergunta CHURE acha vai ser cobrado pelo serviço. CHURE fala: "(...) vai entrar mais GENTE na parada (...) qual valor que vai ser uns milão (mil reais)." CLAUDIO pergunta novamente: "lá vai ser uns mil VOCÊ acha?" Outra vez CHURE fala: "é uns mil ELE vai cobrar Eu to achando por baixo porque Eu falei que VOCÊ é colega MEU né." Na sequência CLAUDIO diz: "e aqui na minha CASA aqui é baratinho né?" CHURE responde: "não aí é baratinho depois aí VOCÊ conversa com ELE pessoalmente que é bom Eu to falando porque esse TELEFONE aqui é de boa ne só não é para conversar com ELE pelo CELULAR ELE vai aí na hora que você ligar pra ELE se quiser o número DELE pode ligar pra ELE na hora que VOCÊ tiver aí ELE vai aí." CLAUDIO solicita o número telefônico da PESSOA que irá mexer do (furto de energia elétrica). CHURE então fala: "(..) mas não conversa nada sobre isso no no relógio padrão CELULAR 9264.2168 o nome dele é LUCIANO." CHURÉ orienta CLAUDIO a dizer que é amigo dele (CHURÉ), que CLAUDIO pode ligar que ELE (LUCIANO) vai ao mesmo dia pronto para tirar (padrão de energia). Finalizam a conversa.
Entenda: Deflagrada em 20 de junho, a operaçãoConvescote apura desvios de dinheiro público em convênios celebrados entre a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (FAESP) e instituições públicas como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Assembleia Legislativa, Prefeitura de Rondonópolis e Secretaria de Estado de Infraestrutura, que superam R$ 70 milhões.
De acordo com o Gaeco, o esquema funcionava da seguinte maneira: instituições públicas firmavam convênios com a FAESP para prestação de serviços de apoio administrativo. A Fundação, por sua vez, contratava empresas de fachadas para terceirização de tais serviços. Ao final, os recursos obtidos eram divididos entre os envolvidos, sendo que o responsável pela empresa normalmente ficava com uma pequena porcentagem do montante recebido e o restante era dividido entre funcionários da fundação e servidores do TCE.
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