Sete alunos da Escola Estadual Jaime Veríssimo De Campos Junior Jaiminho, no bairro Jardim Tarumã em Várzea Grande, foram mandados embora da instituição pela diretora, após os pais não comparecerem em uma reunião na última sexta-feira (06.06).
Lorena Carneiro, mãe de uma adolescente de 14 anos reportou ao , nesta segunda-feira (09), que sua filha chegou em casa na quarta-feira (04) com um bilhete anunciando que a reunião aconteceria na quinta-feira (05), data essa que estava errada, já que a reunião ocorreu na sexta (06).
A adolescente contou para a mãe que a diretora da escola, Luciana Ferreira, informou aos alunos que os pais que não comparecessem, os filhos seriam encaminhados para o Conselho Tutelar do município.
Lorena, que trabalha como caixa de supermercado, não conseguiu comparecer já que a reunião aconteceu no horário de aula, às 13h e teve duração de 50 minutos, segundo informação do bilhete enviado aos pais. Seu marido, Fabiano Carneiro, trabalha como operador de máquinas e também não conseguiu comparecer por conta do trabalho.
A mãe da adolescente afirma que o bilhete não possuía nenhuma informação sobre o tema da reunião.
O teve acesso ao bilhete e nele, os pais dos alunos do 9º ano A (vespertino), eram convidados para participar de uma "Aula de Pais e Filhos" em que seriam abordados "temas importantes relacionados aos nossos alunos e aspectos comportamentais que influenciam diretamente o desenvolvimento escolar e pessoal dos mesmos", o bilhete afirmava que a presença dos pais ou responsáveis era fundamental e oferecia uma declaração de comparecimento para os pais entregarem no trabalho, mas não dava mais detalhes além disso.
Lorena relatou que na sexta-feira, dia da reunião, a filha contou, que, ao chegarem na escola, os alunos cujos pais não estavam presentes foram levados pela coordenadora J.G. para uma área externa, dentro da escola. Lá, a coordenadora teria comunicado que os responsáveis seriam acionados para buscar os filhos.
Segundo Lorena, a filha disse que a diretora Luciana Ferreira foi até o grupo de alunos e, em tom autoritário, perguntou “o que ainda estavam fazendo ali” e ordenou que todos fossem embora. Um dos alunos, que depende de transporte público, foi visto chorando em um ponto de ônibus. "Minha filha chegou aos prantos no meu local de trabalho", desabafou a mãe.
Ao todo, sete estudantes foram mandados para casa na sexta-feira.
A reportagem do foi hoje até o colégio conversar com algumas mães que compareceram ao local.
Leonice, mãe de outra aluna relatou que a filha pega dois ônibus para ir para escola e ficou em uma situação difícil. "Minha filha foi colocada na rua, sem ter como ir embora. A menina ficou chorando, me mandando mensagem dizendo que estava no sol quente, sem ter um local para ficar, sendo que poderia estar sendo abrigada dentro da escola", desabafou.
Larissa é filha de Leonice e irmã de uma aluna de 15 anos, cuja mãe também não pôde comparecer na reunião, contou que a irmã sai todos os dias às 10h30 da manhã e pega dois ônibus para poder ir para a escola, "como que larga uma menina de 15 anos, na rua sozinha sendo que pode acontecer qualquer coisa. Na Mário Andreazza aí, um monte de criança sendo atropelada e o código de conduta da escola não é zelar e cuidar do aluno? Nesse momento, essa diretora não prezou e zelou pela segurança da aluna e não foi só a da minha irmã", se revoltou a jovem.
As mães que compareceram na reunião com a diretora na tarde de hoje, afirmaram que Luciana tratou a situação com descaso, foi debochada e insinuou que os alunos mentiram sobre ela ter sido a responsável pela expulsão dos adolescentes e que foi outra pessoa a responsável pela expulsão.
"Eu sai de lá de dentro e estou horrorizada até agora, é um sentimento de revolta. Ela queria rir na nossa cara, foi uma experiência horrível", finalizou Lorena.
Outro lado
A reportagem do tentou contato com a diretora da Escola Estadual Jaime Veríssimo De Campos Junior Jaiminho, Luciana Ferreira e ela afirmou que não poderia comentar o caso. Tentamos contato também com a Secretária Estadual de Educação (Seduc), mas até o fechamento dessa matéria, não obtivemos resposta. O canal permanece aberto para eventuais esclarecimentos.
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