O prefeito de Peixoto de Azevedo, localizado a 673 km de Cuiabá, Nilmar Nunes de Miranda — conhecido como Paulistinha (União) — envolveu-se em uma polêmica na manhã desta segunda-feira (09.06), ao demonstrar estar “alinhado” aos interesses dos garimpeiros não regularizados, em detrimento da defesa do meio ambiente.
Durante um discurso, Paulistinha mencionou um suposto funcionário da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) que, segundo ele, teria sido criado entre os balseiros/garimpeiros e, por isso, conseguiria “agir com rigor” nas fiscalizações.
“Existe um cara da SEMA de Guarantã que é um dos que mais ‘arrebenta’ vocês. Hoje ele se veste com roupa de polícia, achando que vocês são bandidos. Mas ele foi criado aqui dentro, conhece toda a rota que vocês trabalham”, declarou o prefeito.
A declaração foi feita em via pública, durante uma reunião com balseiros — que atuam de forma ilegal no rio Peixoto. No vídeo do encontro, é possível ouvir um dos presentes reclamando do aumento das fiscalizações na região. Apesar da declaração inicial, Paulistinha afirmou defender os garimpeiros, mas destacou que eles também precisam se adequar e cumprir as normas estabelecidas pelos órgãos competentes.
A polêmica ganhou força em razão da contradição nas falas do prefeito. Poucos dias antes, em outra manifestação pública, ele havia afirmado que não aceitaria mais a presença de balsas nas proximidades do ponto de captação de água do município. “Na minha administração, não vou aceitar mais balsa em frente à captação de água”, declarou na ocasião.
Uma fonte do relatou que, na época das eleições, Nilmar teria realizado reuniões com os garimpeiros, colocando-se à disposição para auxiliá-los. No entanto, após ser eleito, teria “virado as costas”, o que teria motivado a manifestação.
“Ele se colocou à disposição e depois de eleito virou as costas, por isso está essa polêmica. Na semana passada os garimpeiros continuaram trabalhando com balsas dentro do rio, aí a SEMA destruiu esses maquinários com fogo. Eles saíram prejudicados e fora hoje na Prefeitura 'reivindicar' a ajuda do prefeito”, explicou.
Em relação aos balseiros da região, o presidente da Cooperativa dos Garimpeiros de Peixoto (Coogavepe), Gilson, informou ao que foi criada uma cooperativa exclusiva para essa categoria. No entanto, o processo de regularização ainda está em andamento, a fim de que possam atuar de forma legal.
Ele destacou que, no caso dos balseiros, o processo é mais complexo, pois exige autorização da Marinha, além das licenças concedidas pelos órgãos ambientais competentes. Ademais, todos os trabalhadores devem estar devidamente habilitados para o exercício de suas funções.
No mês passado, a SEMA realizou fiscalizações nos rios da região de Peixoto, visando combater práticas de garimpo ilegal. A ação foi requerida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), diante do risco iminente de contaminação da água fornecida à população. Durante a averiguação realizada pela Pasta, constatou-se que todas as atividades estavam sendo desenvolvidas sem licenciamento, ocasionando poluição ambiental, avanço sobre Áreas de Preservação Permanente (APPs), erosão e acúmulo de sedimentos nos leitos dos rios Peixoto, Peixotinho e Braço Norte.
No caso do rio Peixoto, as balsas estavam próximas às captações de água bruta dos municípios de Matupá e Peixoto de Azevedo, impactando uma população de aproximadamente 50 mil habitantes.
Outro lado
A rpeortagem do entrou em contato com o prefeito Nilmar Miranda para obter um posicionamento sobre a situação, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno. Espaço segue aberto para manifestação.
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