Uma palestra para discutir direitos LGBTQIA+ realizada nessa segunda-feira (11.09) na escola Estadual Dr. Artur Antunes Maciel, em Juína, gerou muitas discussões. Um dos trechos da gravação, que viralizou, foi quando o palestrante liderou coro em tom ativista. “As hetero, as gays, as bi, as trans, e as sapatão, tão todas organizadas pra fazer revolução".
Logo, a repercussão resultou no afastamento da diretora e gerou críticas de deputados bolsonaristas, entre elas, da deputada feral Amália Barros (PL), que escreveu em suas redes sociais: “Isso é um absurdo! Não podemos permitir episódios como esse que aconteceu na escola estadual Artur Antunes Maciel, em Juína – MT”.
Porém, em alguns comentários, internautas avaliaram que o tema é totalmente comum e que realmente deve ser abordado nas escolas. “Afinal ali é um lugar para aprender as diferenças e diversidade”, escreveu.
Em nota, a Escola Estadual Dr. Artur Antunes Maciel informou que a palestra feita realizada no período matutino tratou do tema transversal “RESPEITO à DIVERSIDADE”. A discussão foi solicitada pelo GRÊMIO ESTUDANTIL da escola, via oficio.
“Ao passar pela gestão escolar foi aprovado levando em consideração tanto o tema quanto o protagonismo estudantil. A aprovação se deu baseada na Lei n° 9.394 art 26 §7° ao § 9° da Diretrizes e Bases Da educação Brasileira (LDB) que defende que ‘os temas transversais estão voltados para a compreensão e para a construção da realidade social e dos direitos e responsabilidades relacionados com a vida pessoal e coletiva’.
Ainda conforme a nota, o palestrante foi orientado dentro dos princípios educacionais no sentido de informar e jamais praticar ativismo. “Durante todo o ano a escola tem promovido palestra sobre os temas transversais entre elas: Autismo, Saúde Mental, Oficina Respiratória para diminuição da Ansiedade, Lei Maria da penha, Orientações para expedições de documentos, Bullying, Antidrogas entre outras. E ainda temos projetos que serão desenvolvidos até o fim do ano. Como a Consciência Negra, Valorização da Vida e outros”, informou a unidade escolar por meio de nota.
Já a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) emitiu nota instaurou um procedimento para investigar o caso, bem como, informou o afastamento da diretora que ocupava a função de forma interina. “A SEDUC reafirma seu compromisso em oferecer um ambiente escolar que prima pela qualidade do ensino, que possa ser atrativo, democrático e que respeite as diferenças.”
Contudo, em um dos comentários, uma profissional da Educação criticou a falta de liberdade para criação de livre iniciativa e se solidarizou ao diretor. “Nossa, complicado! Infelizmente, hoje em dia estou me sentindo paralisada dentro da escola. Lá não é mais um local de criação e nem de livre iniciativa, as falas inapropriadas poderiam ser simplesmente trabalhadas com os alunos. Acredito que isso seja homofobia, oportunidade de repressão para causa medo e pânico. Pobre diretor, afastado sumariamente! Como se todos nós vivêssemos em um mundo ideal! Como se isso fosse algo de outro planeta. Eu estou falando isso, porque se o palestrante tinha prioridades para falar sobre o tema, ele é o único responsável! A escola precisa a voltar a gente! O diretor é gente, o porteiro é gente, o aluno é gente, os apoios são gente, e gente não se descarta! Se acolhe!”
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