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Cidades Quarta-feira, 11 de Junho de 2014, 09:30 - A | A

Quarta-feira, 11 de Junho de 2014, 09h:30 - A | A

Negligência

Negligência pode ter sido causa da morte do operário na Arena Pantanal

Muhammad’Ali morreu no dia 8 de maio na Arena Pantanal, após ser vítima de uma descarga elétrica.

Mato Grosso Notícias

Um mês após a morte do trabalhador Muhammad’Ali Dom Alerrandro Paolo Nicholas Poseidon Maciel Afonso, de 32 anos, a família ainda segue desamparada e deve acionar a empresa Etel Engenharia na Justiça. Ele deixou a esposa Auzenir Alves de Araújo e os filhos Nocholas Rammer França Dantas Maciel Afonso e Eloisa Fernanda França Dantas Maciel Afonso.

Muhammad’Ali morreu no dia 8 de maio na Arena Pantanal, após ser vítima de uma descarga elétrica, conforme atesta a certidão de óbito expedida pelo 3º Serviço Notarial e Reg. das Pessoas Naturais de Cuiabá.

Ainda em luto, a mãe do trabalhador, Eliana Maria Antunes Maciel relatou a reportagem o pesadelo em que se transformou a sua vida e de sua família. Dois dias antes do primeiro evento da Copa em Cuiabá, ela disse que ainda dói muito a perda do filho.

“Ele trabalhava com tanta garra para fazer com que esse estádio ficasse pronto e dizia ter orgulho de trabalhar na obra que vai receber várias seleções, inclusive de outros países. Mas, o sonho de participar do que para muitos será uma grande festa, para nós virou um pesadelo”, afirmou.

Negligência- O Mato Grosso Notícias teve acesso a um depoimento de um colega de trabalho Muhammad’Ali, Werderson Carvalho da Silva, onde ele relatou a negligência por parte da empresa para com alguns funcionários.

Werdeson depôs no dia 27 de maio ao delegado Antônio José Esperandio e revelou que Muhammad’Ali exercia a função de ajudante de montador e que sua atribuição era buscar materiais como calha, conexão, parafusos e outros no almoxarifado e repassar ao montador.

Ele contou que saiu da empresa em janeiro deste ano e que durante o período nunca presenciou ou ouviu falar que Muhammad’Ali tivesse passado por algum treinamento para subir de cargo, seja para montador ou para eletricista, inclusive porque não sobrava tempo devido à urgência da obra.

“QUE, pela experiência em trabalhar como montador de eletrocalha não energizada, na Arena Pantanal o depoente acredita que a vítima Muhammad’Ali estava trabalhando em serviço de rede energizada, quando ocorreu o fato, o que não deveria estar acontecendo se ele estivesse trabalhando como ajudante ou montador de eletrocalha, mesmo porque até então deveria existir fiação e após passagem dos fios, os mesmos ficam embutidos dentro das calhas. Que, a sequencia dos serviços funcionava dentro da Arena Pantanal da seguinte: o montador e seu ajudante executa a montagem da eletrocalha (sem fiação), posteriormente vem o eletricista juntamente com o ajudante de eletricista para o executar o cabeamento (passagem de fiação energia) e a instalação de equipamentos tipos luminárias, tomadas e interruptores e por final a energização que é feita no Quadro Geral, executada exclusivamente pelo eletricista”, diz um trecho do depoimento.

O trabalhador disse que quando ainda trabalhava na empresa, presenciou várias vezes funcionários sendo promovidos a outros cargos sem terem qualificação, inclusive ajudante de eletricista exercendo a função de eletricista, como por exemplo: fazendo emendas mal feitas deixando fiação exposta devido ao mau uso de fitas isolantes.

“Que, não havia nenhuma orientação por parte da empresa quando a desenergização da rede quando da execução dos serviços de montagens elétricas (...) Que, presenciou várias vezes colegas de serviços receberam choques quando da execução de serviços (...)”, disse em outro trecho do depoimento.

Composição sem sucesso -A reportagem entrou em contato com o advogado da família de Muhammad’Ali, Hélio Nishiyama, que não descarta acionar a empresa judicialmente, uma vez que houve um contato na tentativa de uma composição extrajudicial e a empresa não mostrou interesse em resolver a causa amigavelmente.

Outro lado - Por meio de nota, a empresa esclareceu que acompanha de perto o caso e está disposta a resolver os fatos.

Desde o momento do acidente com o funcionário Mohammed Ali Maciel. a Etel Engenharia vem dando assistência necessária à família da vítima. O funcionário deixou dois filhos, uma ex-esposa (mãe das crianças) e uma esposa atual. Ambas não eram casadas no civil.

A Etel arcou com custos funerais, passagens aéreas para a família (de Goiânia-Cuiabá, organizou missa de sétimo dia e santinhos do Mohamed com mensagens da família).

Logo no dia seguinte do acidente, a Etel ofereceu apoio psicológico para esposa atual, que compareceu somente a uma sessão e não quis dar continuidade.

Em relação às questões financeiras, a Etel depende da definição da justiça sobre quem tem direito ao recebimento da rescisão, seguro de morte e seguro de vida, razão pela qual propôs imediatamente a ação de consignação em juízo, a quem cabe definir a parcela que deverá ser paga a cada uma das partes. Não cabe a Etel decidir a quem se destina este valor.

A Etel está acompanhando de perto e totalmente disposta a resolver os fatos.

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