Uma moradora de Várzea Grande denunciou a falta de atendimento médico ao filho de 3 anos no Hospital e Pronto-Socorro Municipal, durante a madrugada desta segunda-feira (04.08). Segundo ela, a criança apresentava febre e dificuldades para respirar, mas mesmo após mais de duas horas de espera, não foi atendida por um médico.
“Cheguei com ele por volta da meia-noite e só saí às 2h50, sem atendimento. A temperatura dele estava em 38,4ºC em casa. Dei remédio e mesmo assim não baixou. No hospital, ele já estava com 37,8ºC e cansado, porque estava gripado há dias. Ele ficou todo esse tempo aguardando e o médico só mandou avisar pela triagem que não havia previsão de atendimento”, relatou Rafaela Regina da Silva, mãe do paciente.
Ainda conforme a denúncia, não havia outros pacientes em situação de emergência no local, e mesmo assim, a criança permaneceu sem assistência. Rafaela afirma que apenas uma criança com crise convulsiva foi atendida durante o período em que esteve no hospital. “Tive que vir embora porque estava muito cansada. Cheguei do trabalho e fui direto para o hospital com ele. Isso é revoltante”, desabafou.
Ela também disse ter sido orientada a procurar outra unidade, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas recusou. Segundo a mãe, outro filho dela já havia recebido medicação errada na unidade, o que a deixou insegura com o atendimento.
Após a denúncia, a reportagem do 
procurou a Secretaria Municipal de Saúde, que, em nota, confirmou que a criança deu entrada na unidade por volta das 00h12 e passou por triagem. Conforme o sistema, a febre registrada no momento foi de 36,7ºC, com saturação de oxigênio em 98%. O caso foi classificado como “verde”, o que, segundo o Protocolo de Manchester, indica situação sem urgência, com atendimento previsto em até 120 minutos.
Confira a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande esclarece que o paciente de 3 anos e 8 meses deu entrada no Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande por volta da 00h12, conforme registro no sistema. Após passar pela triagem e pela Classificação de Risco, foi constatado que a criança apresentava febre de 36,7ºC e saturação de oxigênio em 98%. O caso foi classificado como verde, ou seja, sem urgência imediata.
Segundo o Protocolo de Manchester, adotado na rede pública de urgência e emergência, pacientes com classificação verde devem ser atendidos em até 120 minutos, conforme a priorização clínica dos casos mais graves.
Na ocasião, a mãe da criança foi informada de que havia apenas um médico plantonista e de que os atendimentos estavam sendo realizados conforme a gravidade clínica dos pacientes, priorizando os casos classificados como amarelos ou de urgência. Também foi oferecida a possibilidade de encaminhamento a outra unidade de saúde (UPA) por meio de ambulância disponibilizada pelo próprio hospital.
No entanto, a mãe se retirou da unidade sem comunicar a equipe de atendimento, caracterizando evasão hospitalar.
A Secretaria reforça que os atendimentos na rede de urgência e emergência seguem rigorosamente os critérios estabelecidos pelo Protocolo de Manchester, que tem como principal objetivo garantir a segurança e a prioridade no atendimento aos casos de maior gravidade. Também reitera a importância de que os pacientes permaneçam na unidade até a conclusão completa do atendimento, assegurando a continuidade do cuidado e a eficiência dos serviços de saúde prestados.
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