Uma testemunha do caso que resultou a Operação Sangria, o analista de sistemas Marco Aurélio Carvalho Corte, declarou em depoimento que instalou uma câmera na sala de reuniões da Proclin, para filmar as negociações de pagamento de propina feitas entre os sócios da empresa e o ex-secretário de Estado de Saúde e na época diretor geral do Hospital São Benedito, Jorge Lafetá.
Segundo o analista, por diversas vezes Lafetá esteve na sede da empresa para negociar a propina, por isso, orientou os sócios a gravar todas as conversas. “Por diversas vezes, Jorge Lafetá esteve em reunião na sede da Proclin em uma sala no Santa Rosa Tower, para tratar do pagamento de propina, por este motivo o declarante orientou os seus patrões que instalasse uma câmera na sala de reuniões”, diz ele em trecho do depoimento.
Questionado sobre as gravações, da qual informou terem sido feitas em HD, e se a câmera continua no mesmo local instalado, ele afirmou que a sala foi remanejada, então não sabe se ainda existe a instalação. Mas, acredita que as imagens estejam em posse de um dos sócios da empresa, o médico Fábio Liberali Weissheimer. Isso porque, era ele quem manuseava e fazia backup das imagens.
Além disso, o analista revela em depoimento que participou de cinco ou seis reuniões com Lafetá para tratar da liberação das faturas em favor da Proclin. Ele também lembra que todos os contratos firmados pelos sócios da empresa Proclin e Qualicare com o Estado eram negociados por meio de pagamento de propina para o então diretor.
A testemunha revelou que os médicos pagavam R$ 20 mil de propina para cada contrato conquistado. Os contratos fechados eram do Hospital São Benedito em Cuiabá e do Hospital Metropolitano em Várzea Grande.
Os três sócios da Proclin e Qualicare, o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Correa e os médicos Luciano Correia Ribeiro e Fábio Liberali Weissheimer foram presos nas duas fases da Operação Sangria, que investiga uma organização criminosa que fraudava licitações em troca de pagamento de propina. No entanto, eles conquistaram a liberdade na última sexta-feira (03), após confessarem a fraude no contrato do Hopsital São Benedito.
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