Alunos da zona rural de Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá, foram obrigados a caminhar cerca de 4 km debaixo de chuva, no fim da tarde de terça-feira (22.04), após as aulas serem suspensas na Escola Municipal do Campo Miguelina Viegas de Pinho Souza, localizada na comunidade Capoerinha.
A estudante do 1º ano do ensino médio, Ana Gabriela Ferreira de Sousa, 15 anos, relatou ao que a escola enfrenta sérios problemas estruturais, especialmente no telhado. A unidade funciona nos três turnos: de manhã como escola municipal, e à tarde e à noite recebe turmas da Escola Estadual Santa Claudina, do Distrito de Mimoso.
Na terça-feira, uma forte chuva atingiu a região, e, devido aos buracos no telhado, as salas de aula ficaram alagadas. “É impressionante como a água entrou em todos os cantos, tornando o ambiente insuportável. Com o vento, os forros começaram a balançar e, para piorar, alguns até caíram! Imagine o perigo para nós, alunos”, contou a adolescente.
Com o alagamento, as aulas do período vespertino foram suspensas e os alunos foram dispensados no meio da chuva. Segundo Ana Gabriela, a estrada estava em péssimas condições e muitos estudantes precisaram caminhar até suas casas, chegando completamente molhados e com o material escolar danificado.
“A estrada está em um estado lamentável. Apesar de tudo isso, não tivemos escolha e voltamos a pé. Chegamos em casa completamente molhados, com todo o material escolar encharcado. Foi uma verdadeira dificuldade enfrentar essa chuva forte e ainda ter que cuidar para não escorregar na estrada”, disse Ana Gabriela.
A estudante afirmou que alguns colegas caminharam cerca de 4 km e ainda correram risco de ataque de animais silvestres, como onças, que costumam aparecer na região. “É muito frustrante ter que lidar com uma escola em condições tão ruins. Não sei como podemos continuar assim, especialmente quando chove. Precisamos urgentemente de uma solução antes que algo mais sério aconteça”, desabafou.
Outro Lado
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Barão de Melgaço e com a prefeita Margareth de Munil (União), mas não obteve retorno até a publicação. O espaço segue aberto para manifestação.
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