Nesta sexta-feira (27.01) o incêndio que matou 242 jovens e deixou mais de 600 feridos na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, completa 10 anos e o caso continua sem que ninguém tenha sido responsabilizado. Familiares das vítimas cobram justiça e condenação dos culpados.
Na madrugada de hoje, familiares e amigos de vítimas fizeram uma vigília em frente à casa noturna, e em seguida foi apresentada uma coreografia de dança retratando os eventos da tragédia e uma colagem de mensagens e imagens na fachada da Kiss. Está previsto ainda exposição de fotos de jovens que morreram na tragédia na Praça Saldanha Marinho.
Os familiares e amigos cobram do Poder Judiciário a condenação dos culpados pela tragédia, em decorrência da anulação do júri que havia condenado em dezembro de 2021 sócios da Boate Kiss e outras duas pessoas.
Em 03 de agosto de 2022, por dois votos a um, A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) decidiram por anular o júri da Boate Kiss, acatando nulidades alegadas pelas defesas e, com isso, os acusados foram soltos, depois de quase oito meses detidos.
Os sócios da Boate Kiss, Elissandro Calegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, haviam sido condenados a penas de 22 anos e 6 meses, e 19 anos e seis meses, respectivamente; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, que acendeu o artefato pirotécnico que causou o incêndio, tinha sido sentenciado a 18 anos; e o produtor do grupo musical, Luciano Augusto Bonilha Leão, que comprou os fogos, a 18 anos também.
Contra a anulação do julgamento, o Ministério Público e a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) entraram com recurso especial junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outro extraordinário junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos ainda não foram julgados.
Relembre o caso
O incêndio na Boate Kiss teve início na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 [um domingo], durante apresentação da banda Gurizada Fandangueira. O evento havia sido organizado por estudantes dos cursos de agronomia, medicina veterinária, zootecnia, técnico em agronegócio, técnico em alimentos e pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O fogo teve início no teto da boate, após um dos integrantes da banda acender um artefato pirotécnico no palco. A espuma, utilizada para abafar o som do ambiente, era inapropriada para uso interno. Ao queimar, produziu substâncias tóxicas que causaram a maioria das mortes. A maior parte dos corpos foi achada em um dos banheiros da boate, confundido com a saída do local.
Na época, o estabelecimento funcionava com documentação irregular e estava superlotado.
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