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Artigos Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025, 13:33 - A | A

Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025, 13h:33 - A | A

Dra. Mariana Ramos*

Por que agora se recomenda rastrear o diabetes tipo 2 a partir dos 35 anos?

Por Dra. Mariana Ramos*

O diabetes tipo 2 é uma condição silenciosa, que pode se desenvolver ao longo de anos sem causar sintomas evidentes. Justamente por essa característica, o rastreamento precoce se torna uma ferramenta essencial para o diagnóstico oportuno e para a prevenção de complicações graves, como doenças cardiovasculares, renais e oculares.

Nos últimos anos, diversas entidades médicas, como a American Diabetes Association (ADA) e a U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF), revisaram suas diretrizes e passaram a recomendar o rastreamento do diabetes tipo 2 a partir dos 35 anos de idade, mesmo em pessoas assintomáticas. Essa orientação também foi incorporada nas diretrizes brasileiras mais recentes.

O que motivou essa mudança?

Há um conjunto de fatores que justificam a redução da idade mínima para o rastreamento. O principal deles é o aumento significativo da incidência de diabetes tipo 2 em adultos mais jovens. Dados mostram que, a partir dos 35 anos, o risco de desenvolver a doença cresce de forma expressiva — especialmente entre pessoas com sobrepeso, obesidade ou histórico familiar.

Além disso, muitos casos da doença permanecem sem diagnóstico por longos períodos, o que aumenta o risco de complicações já no momento em que o paciente descobre que é diabético. Ao identificar precocemente pessoas com pré-diabetes ou já com níveis alterados de glicose, é possível intervir de forma mais eficaz, muitas vezes apenas com mudanças no estilo de vida.

Quem deve ser rastreado?

A recomendação atual é que todos os adultos a partir dos 35 anos façam exames para avaliar a presença de diabetes tipo 2, mesmo que não apresentem sintomas. O rastreamento também deve ser considerado para pessoas mais jovens que tenham fatores de risco, como índice de massa corporal elevado (IMC ≥ 25), histórico familiar da doença, sedentarismo, hipertensão arterial, dislipidemia, síndrome dos ovários policísticos ou histórico de diabetes gestacional.

Como é feito o rastreamento?

O rastreamento pode ser realizado com exames simples de sangue, como a dosagem de glicemia em jejum, a hemoglobina glicada (HbA1c) ou o teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Em muitos casos, apenas a glicemia de jejum ou a HbA1c já são suficientes para detectar alterações. Se os resultados estiverem dentro da normalidade, recomenda-se repetir a avaliação a cada três anos, ou com maior frequência em pessoas com risco aumentado.

O impacto do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce do diabetes tipo 2 permite não apenas iniciar o tratamento adequado mais cedo, como também identificar pessoas em estágios iniciais da doença, quando é possível retardar a progressão ou obter a remissão da doença. A adoção de uma alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, controle do peso corporal e abandono do tabagismo são medidas que, quando implementadas precocemente, têm grande impacto na saúde metabólica.

Além disso, quando necessário, a introdução de medicamentos pode ser feita de forma mais individualizada e em momentos estratégicos, evitando a progressão da doença e reduzindo o risco de eventos cardiovasculares e outras complicações associadas.

Rastrear o diabetes tipo 2 a partir dos 35 anos é uma medida fundamentada em evidências e que reflete as mudanças no perfil de risco da população. Mais do que detectar a doença, o rastreamento precoce é uma oportunidade de cuidar da saúde antes que os danos apareçam. Quanto mais cedo soubermos o que está acontecendo no organismo, maiores as chances de garantir qualidade de vida, bem-estar e prevenção de complicações futuras.

*Dra. Mariana Ramos é endocrinologista em Cuiabá/MT. 

 

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