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Artigos Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 16:41 - A | A

Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 16h:41 - A | A

Edina Araújo*

O parasitismo político de Eduardo Bolsonaro custeado pelos brasileiros

por Edina Araújo*

Existe um limite para a paciência do povo brasileiro. Existe um ponto em que a indignação se torna incontornável diante do descalabro moral que assombra nossas instituições. E Eduardo Bolsonaro ultrapassou todos os limites do aceitável, se transformando no símbolo mais repugnante do parasitismo político da atualidade.

A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) que o chamou de "moleque" foi generosa demais. Molecagem pressupõe inocência, travessura juvenil. O que Eduardo Bolsonaro perpetra contra o Brasil já transcendeu qualquer definição de imaturidade política. É traição deliberada, calculada e financiada pelo suor dos brasileiros.

Licenciado do mandato desde março de 2025, Eduardo permanece nos Estados Unidos não para representar os interesses brasileiros, mas para articular sistematicamente contra seu próprio país. Enquanto o trabalhador brasileiro acorda antes do sol para sustentar sua família com um salário-mínimo de R$ 1.518, este deputado federal usa cargo públicos para conspirar contra as instituições democráticas que o elegeram. É revoltante saber que cada brasileiro que ganha salário-mínimo precisa trabalhar quase dois anos inteiros apenas para bancar um mês dos gastos deste parasita político.

A trajetória de Eduardo Bolsonaro como deputado federal é um resumo da mediocridade e oportunismo. Em 2024, participou de apenas 124 propostas legislativas, com três projetos de lei autorais - um desempenho pífio para quem consome milhões dos cofres públicos.

Durante 2024, trabalhou apenas 72 dias, ou seja, tirou 293 folgas, consumindo R$ 340 mil da cota parlamentar, R$ 1,3 milhão em contratação de assessores e mais R$ 528 mil em salários, totalizando R$ 2,2 milhões. Enquanto isso, defende ferrenhamente a manutenção da escala 6x1 para os trabalhadores brasileiros. A hipocrisia é tão gritante que chega a ser nauseante.

Em março de 2025, Eduardo anunciou licença "temporária" do mandato para buscar "sanções aos violadores de direitos humanos" - uma cortina de fumaça para esconder sua fuga covarde da responsabilidade. Alegando "perseguição política", o deputado se transformou em articulador de interesses estrangeiros contra o Brasil.

Desde abril de 2024, Eduardo articula com parlamentares norte-americanos a imposição de sanções contra o Brasil. Nesta quarta-feira (30.07), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decreto estabelecendo tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida anunciada por ele como "sanção" ao país. É o primeiro caso documentado na história republicana brasileira de um deputado federal em exercício atuando deliberadamente para prejudicar economicamente a própria nação.

Durante sua estadia nos Estados Unidos, Eduardo chegou ao cúmulo de sugerir "ironicamente" a possibilidade de intervenção militar estrangeira no Brasil, afirmando que seria "muito mais fácil um porta-aviões americano chegar no lago Paranoá". Não é mais molecagem - é delírio de grandeza patológico financiado pelo erário.

Há suspeitas de que Eduardo e Paulo Figueiredo tenham vazado informações privilegiadas sobre as tarifas de Trump ao mercado financeiro, gerando lucros especulativos enquanto prejudicavam o Brasil. Se confirmado, estaremos diante não apenas de traição política, mas de crime econômico contra a nação. 

Recentemente, aliados de Eduardo cogitaram nomeá-lo para uma secretaria estadual no Rio de Janeiro, numa manobra desesperada para garantir foro privilegiado e blindá-lo das investigações do STF. É o ápice da perversão: usar cargos públicos para proteger quem atenta contra o próprio Estado que deveria servir. 

O mais revoltante é que ainda existem políticos defendendo este sujeito. Defendem o indefensável porque compartilham da mesma mentalidade parasitária, da mesma visão patrimonialista do Estado. Para eles, cargos públicos são propriedades privadas, recursos públicos são mesadas pessoais, e o Brasil é apenas um trampolim para ambições internacionais.

Como pode um parlamentar receber salários e benefícios públicos enquanto trabalha contra os interesses nacionais? Como pode a sociedade brasileira tolerar que um deputado federal use sua posição para articular sanções econômicas contra seu próprio eleitorado?

Eduardo afirma que não renunciará ao mandato e que conseguirá "levar" seus direitos parlamentares por mais três meses. É a síntese perfeita de sua personalidade: arrogância, desrespeito e total desconexão com a realidade. Enquanto trabalhadores brasileiros sofrem com o desemprego e a carestia, ele brinca de diplomata nos Estados Unidos às custas do contribuinte.

Não se trata mais de divergência política ou ideológica. Eduardo Bolsonaro representa uma ameaça concreta à soberania nacional e aos interesses do povo brasileiro. Sua manutenção no cargo é uma afronta à dignidade de cada trabalhador que contribui para sustentar o Estado.

A paciência dos brasileiros trabalhadores chegou ao limite. É inaceitável que dinheiro público sustente quem atua contra os interesses nacionais. Mandatos não podem servir de trampolim para ataques à soberania brasileira.

Eduardo Bolsonaro não é mais um deputado federal - é um agente de interesses estrangeiros financiado pelo povo brasileiro. E isso, senhores, é uma vergonha que nossa democracia não pode mais suportar.

O Brasil merece representantes que trabalhem pelo país, não contra ele. Eduardo Bolsonaro perdeu há muito tempo o direito moral de falar em nome dos brasileiros. Agora, deve perder também os direitos legais que tanto despreza.

*Edina Araújo, jornalista e diretora do VGNOTICIAS e Fatos de Brasília

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