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Política Terça-feira, 25 de Agosto de 2015, 17:11 - A | A

Terça-feira, 25 de Agosto de 2015, 17h:11 - A | A

DESVIOS NA PETROBRAS

Youssef e Costa se contradizem sobre doação à campanha de Dilma

Doleiro disse na acareação que outro delator esclarecerá quem pediu dinheiro

G1.com

Em acareação na CPI da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa deram versões contraditórias sobre o suposto pedido do ex-ministro Antonio Palocci para que dinheiro desviado da petroleira fosse repassado para a campanha de 2010 da presidente Dilma Rousseff. Segundo Youssef, atualmente, um dos delatores da Lava Jato estaria detalhando ao Ministério Público Federal quem pediu o dinheiro para a campanha petista na eleição presidencial de 2010.

O doleiro, entretanto, não quis revelar a identidade do delator que estaria contando detalhes do pedido de doação eleitoral. De acordo com ele, o nome do delator será conhecido assim que a delação premiada for homologada pela Justiça Federal.

Paulo Roberto Costa afirmou em um seu acordo de delação premiada que, na eleição de 2010, Palocci o procurou pedindo a liberação de R$ 2 milhões para a campanha presidencial de Dilma. O dinheiro, segundo o ex-diretor da Petrobras, viria da cota reservada ao PP no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.

Nesta terça, Costa voltou a afirmar que foi o doleiro que pediu para ele arrecadar dinheiro para a campanha de Dilma.

"Esse assunto me veio através do Alberto Youssef. Eu autorizei repassarem os R$ 2 milhões da cota do PP para a campanha de 2010. Eu ratifico integralmente os meus depoimentos. Todos eles", ressaltou o ex-diretor da Petrobras.

No entanto, Youssef negou diante do ex-dirigente da estatal e dos deputados que integram a CPI que Palocci tenha pedido a ele qualquer doação para a campanha petista.

“Eu vou me reservar ao silêncio com referência a esse assunto porque existe uma investigação do Palocci, e logo vai ser revelado e será esclarecido o assunto. Tem outro réu colaborador que está falando, eu não fiz esse repasse. Assim que essa colaboração for notificada, vocês vão saber realmente quem foi que pediu recurso e quem repassou esse recurso”, disse Youssef aos parlamentares.

“Com respeito ao Palocci, confirmo as minhas declarações feitas anteriormente. Eu não conheço o Palocci, não conheço o assessor, nem o irmão e ninguém [dele] fez pedido a mim para que eu arrebanhasse recurso para a campanha da Dilma de 2010”, complementou o doleiro.

Ao Ministério Público Federal, Costa afirmou que a solicitação do dinheiro para a campanha de Dilma foi feita por Youssef, que era responsável pela operacionalização financeira do esquema de corrupção. De acordo com o ex-dirigente, o doleiro não esclareceu se o pedido havia sido feito pessoalmente por Palocci ou se havia ocorrido por meio de um assessor.

Lula e Dilma

Na acareação desta terça, Alberto Youssef reiterou que, na opinião dele, o alto escalão do Palácio do Planalto tinha conhecimento do esquema de pagamento de propina na Petrobras. Ele já havia feito essa afirmação em depoimento que ele concedeu em maio à CPI da Petrobras, em Curitiba.

“Eu confirmo integralmente as minhas declarações, os meus depoimentos”, enfatizou.

Porém, Paulo Roberto Costa rebateu a declaração do doleiro, afirmando que nunca falou sobre o assunto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou com a presidente Dilma.

“Eu também confirmo: nunca conversei pessoalmente com o presidente Lula e com a presidente Dilma sobre os fatos”, destacou o ex-diretor da Petrobras.

Gleisi Hoffmann

Youssef e Costa também confirmaram aos deputados que, em 2010, a campanha eleitoral da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) recebeu recursos desviados da estatal. À Justiça Federal, eles já tinham relatado o repasse de R$ 1 milhão, a pedido do então ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi.

“Houve uma contradição sobre quem fez o pedido, mas o importante é que foi esclarecido em acareação em Curitiba que o valor foi repassado para a campanha da senadora”, disse Costa. “Quem me fez esse pedido [para repassar dinheiro à campanha] foi o Paulo Roberto Costa e eu fiz o repasse. Então, reitero o meu depoimento anterior”, afirmou Youssef.

Refinaria de Pasadena

Em meio à acareação, Paulo Roberto Costa foi questionado sobre a compra, em 2006, da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A transação da planta de petróleo norte-americana é alvo de investigações do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeita de superfaturamento.

No ano passado, Costa afirmou à Polícia Federal que recebeu US$ 1,5 milhão simplemente para não dificultar, em uma reunião da diretoria da Petrobras, a aprovação da compra da refinaria.

A Petrobras pagou US$ 360 milhões à empresa belga Astra Oil para adquirir 50% da refinaria texana. Em 2005, um ano antes da operação comercial, a companhia petrolífera da Bélgica havia adquirido a refinaria por US$ 42 milhões.

Após desentendimentos com a Astra Oil, a Petrobras foi obrigada, em 2008, a pagar US$ 820,5 milhões para comprar a outra metade, totalizando US$ 1,18 bilhão pela compra.

No depoimento desta terça à CPI, Costa voltou a afirmar que a responsabilidade da compra da refinaria foi do Conselho de Administração da estatal, que, na ocasião, era comandado pela presidente Dilma, então ministra da Casa Civil do governo Lula.

O ex-diretor da Petrobras contou em depoimentos anteriores que, na época da compra de Pasadena, circulavam "boatos" na empresa de que o grupo próximo ao ex-diretor da área internacional da petroleira Nestor Cerveró teria dividido algo entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões na transação comercial.

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