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Política Terça-feira, 25 de Maio de 2021, 13:47 - A | A

Terça-feira, 25 de Maio de 2021, 13h:47 - A | A

inversão de valores

Vereadora critica ação policial: “Qualquer um pode ser alvo de uma polícia que mata"

“Aquele bandido bom é bandido morto, que as pessoas dizem, é sempre o pobre, o periférico e o preto” diz

Gislaine Morais/VGN

Reprodução/Ilustração

VGN; ação; Polícia; contra; pretos e pobres

 

 

A vereadora de Cuiabá Edna Sampaio (PT), em entrevista ao VGN No Ar, nessa segunda-feira (24.05), afirmou que a população está vivendo um momento muito dramático de inversão de valores, aplaudindo uma chacina, e defendendo que bandido bom é bandido morto.

Segundo a parlamentar, esse "bandido bom é  bandido morto", que as pessoas dizem, é sempre o pobre, o periférico e o preto.

De acordo com a vereadora, a pessoa que defende que um servidor público, como policial, que tem por ofício o direito de andar armado, pode matar, não só naquela circunstância que ele invade uma favela, então quer dizer que qualquer um pode ser alvo dessa polícia.

“Qualquer um pode ser alvo de uma polícia que mata, qualquer um, filhos da classe média, dos pobres. E hoje, são os filhos dos pobres que estão morrendo, são os pretos que estão morrendo, mas se amanhã, essa onda crescer e a gente não estabelecer um limite e não observar o que está escrito na nossa lei, todos nós podemos nos tornar vítimas da violência policial”, frisou a parlamentar.

Para Edna, em qualquer circunstância, os pobres e pretos estão na linha de frente dessas ações realizadas pela polícia. Segundo ela, não são todos, mas quem defende bandido é quem defende que a polícia se torne bandida, ao defender a execução que a polícia pode fazer aos pobres e pretos, independente da lei. “É muito curioso e espantoso que a gente tente naturalizar a ação que descumpriu a lei, que foi o caso da ação dos policiais no Rio de Janeiro que descumpriu uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)”.

Edna continuou: “Eles fizeram uma operação em plena pandemia na favela do Jacarezinho, a favela mais negra do Rio de Janeiro. E se esse problema é lá do Rio Janeiro, nós já temos muitos problemas aqui em Cuiabá. Nós precisamos discutir, enfrentar, criar soluções para isso, mas nós estamos trazendo um problema lá do Rio para debater aqui, mas não é por acaso. É que essa situação revela o que parte da população pensa e infelizmente essa parte dessa população está muito bem ‘representada’ na Câmara de Cuiabá”.

Em 16 de maio, a vereadora ingressou com ação popular para tentar anular a moção de aplausos concedida pela Assembleia Legislativa e pela Câmara de Vereadores aos policiais envolvidos na operação policial ocorrida na Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, que vitimou 28 moradores da região. Leia matéria relacionada - Vereadora entra com ação para anular “moção” dada aos policiais de operação que matou 28 pessoas

Ainda em cima da polêmica, a petista reforçou que o Brasil não adotou a pena de morte, então para ela, nenhum agente público ou privado está autorizado a matar alguém, ainda que este alguém possa ter cometido algum delito ou alguma transgressão legal.

“Então é essa inversão de valores, a inversão de valores que ainda convoca a Deus para poder defender a família e em nome de Deus se invoca a morte, coisa que nunca pelo lado do Evangelho, os cristãos fazem isso, pois além de contrariar os preceitos da legalidade desse mundo secular ainda contraria os preceitos bíblicos, que em nenhum momento houve a autorização dos cristãos para julgar e condenar alguém”.

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A vereadora chegou a criticar a postura de alguns colegas parlamentares religiosos, que por se considerarem a maioria, instituíram um minuto de oração na Casa de Leis, desprezando inclusive outras crenças e até aqueles que não creem. Segundo Edna, mesmo ela tendo uma formação cristã sólida, acha que o espaço público não pode ser confundido com nenhuma profissão de fé, pois está escrito na Constituição Federal.

“O Estado tem que acolher a todos, por isso não pode professar e nem praticar nenhuma fé. E isso parece que é tão difícil para as pessoas compreenderem, invocam a Deus em um espaço que é público e laico para poder defender a morte, coisa que esse Deus cristão que eu conheci pelo menos, nunca e em nenhuma escritura sagrada definiu e estabeleceu isso para nós”, concluiu a vereadora de Cuiabá.

 
 

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