O senador de Mato Grosso José Medeiros (Podemos), usou a tribuna do Senado nesta sexta-feira (30.11) para pedir desculpas aos jornalistas de Mato Grosso por chamá-los de “preguiçosos”, e que ataques sofridos por ele (sem a devida apuração dos fatos) por conta de matéria publicadas em veículos de comunicação, fez com que ele “generalizasse” toda a categoria.
Medeiros afirmou que errou ao generalizar que todos os jornalistas são “preguiçosos” ao deixarem de apurar uma matéria e optarem em copiar e colar publicações de outros colegas. Neste contexto, o parlamentar disse que defende a ideia de que o setor do agronegócio, por exemplo, firmar convênio com universidades e levar turmas de jornalismo para ver a realidade do campo e do setor para que não publiquem matérias genéricas sobre o agronegócio.
“Eu dizia da necessidade de o agronegócio brasileiro começar a fazer convênio com as universidades e levar as turmas de jornalismo para ver a realidade do campo, lá no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso, no Paraná, para ver como é que os nossos produtos saem da lavoura e chegam à mesa das pessoas, para que não haja, nas matérias, generalizações que saiam pelo mundo afora dizendo que todos os nossos produtos saem do trabalho infantil, do trabalho escravo ou do desmatamento das florestas. Porque é justamente o contrário. Essas coisas são exceções”, justificou Medeiros.
O senador reconheceu que exagerou no comentário aos jornalistas, mas disse que isso aconteceu porque é atacado pela mídia - e que falou tudo aquilo para provocar os jornalistas em uma melhor apuração dos fatos, principalmente o jornalismo investigativo.
“Eu disse que o jornalismo investigativo estava praticamente extinto e que boa parte dos jornalistas só comia do que lhes davam. Só comiam dos releases que recebiam. E fiz uma provocação para que pudessem buscar mais, para que pudessem ir atrás da notícia e investigar se aquela notícia era verdadeira. O meu Estado virou um verdadeiro pandemônio. Então, quero fazer aqui o mea-culpa e dizer: o jornalismo brasileiro é um jornalismo extraordinário, não tem fake news. As matérias são sempre muito bem verificadas”, se retratou.
Ele criticou os jornalistas e meios de comunicação que publicam matérias inverídicas e que acabam somente “manchando” a imagem do parlamentar, exemplificando uma matéria publicada pela Folha de São Paulo.
"Viajei para Querência e comi num restaurante lá. Acontece que no restaurante, o dono tinha a pretensão de expansão. Bom, comi nesse restaurante, tomei um caldo de feijão e mais alguma coisa, com um pessoal que estava comigo, e peguei a nota – eu não sou hipócrita, não; peguei a nota, trouxe e pus aqui no Senado. Eu estava a trabalho. Quando fui candidato a Presidente do Senado, aqui, saiu na Folha de S.Paulo que eu tinha gasto a verba indenizatória do Senado num pub. De um pub foi para uma boate e, de uma boate, para um cabaré. Isso se espalhou que nem rastilho de pólvora. Como é que eu desminto um negócio desse? Não desmente. Não desmente. Eu falei: meu Deus do céu, mas agora eu vou ter que chegar a um estabelecimento comercial e falar "me dá a razão social sua aí, para eu ver como está"? Custava, Senador Paulo Paim, dar uma pequena verificada na cidade, ligar para dois ou três? Não, não custava, mas a minha imagem foi para...Por um bom tempo eu virei chacota aqui no Senado, perguntando-me que cabaré barato era esse que eu tinha achado. Quer dizer, é até vergonhoso dizer isso aqui, mas eu fui para a mídia com isso. Ter que explicar em casa sobre notícia daquele tipo...Os filhos vendo. Então, eu acabei misturando”, relatou.
Ao final, ele pediu perdão: “Então, em todos os locais há pessoas que acertam e pessoas que erram. Aqui, no Senado, há pessoas que acertam, pessoas que erram. Então, não vamos generalizar. Perdoem-me a generalização. Falei muito mais nessa linha do que já tenho sofrido nesses últimos tempos, e todos nós, que somos homens públicos. Mas é o que um amigo meu, ontem, me disse: Medeiros, se não aguenta brincadeira, não desce para o play. Então, eu peço aqui as minhas desculpas aos jornalistas do meu Estado, não estava me referindo a eles”, finalizou.
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