O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), criticou duramente a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante reunião na casa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, na noite desta quinta-feira (07.08), diante da crise diplomática com os Estados Unidos. A cobrança foi feita durante reunião com outros oito governadores, em que Mendes defendeu uma atuação direta do chefe do Executivo federal para conter os efeitos do tarifaço de 40% sobre produtos brasileiros.
“Temos que cobrar do presidente Lula que ele assuma o protagonismo dessa negociação. Ele representa o Brasil e não pode se omitir”, afirmou. Mendes lembrou que até o presidente da China, Xi Jinping, buscou diálogo direto com os EUA durante crises comerciais. “Não dá para agir cometendo erros clássicos da diplomacia. Isso pode custar caro a todos nós.”
Segundo ele, a crise coloca em risco os empregos e os investimentos no país. “Imagina se empresas americanas começarem a sair do Brasil. Isso pode afugentar o capital internacional e nacional. O Brasil vai se transformar num país sem investimento?”, questionou.
Mauro Mendes também defendeu que o Congresso Nacional assuma a liderança das negociações, caso o Governo Federal continue ausente. “O Congresso é o poder mais legítimo da nossa democracia. Se o Executivo não quer negociar, que o Congresso vá lá e defenda os interesses do país.”
Além da crítica ao Governo Federal, o governador também condenou decisões recentes do Supremo Tribunal Federal e a declaração do senador Davi Alcolumbre (União), de que não pautaria um pedido de impeachment mesmo com o apoio unânime dos senadores. “Isso é autoritarismo. Como falar em democracia agindo assim?”, afirmou.
Mauro Mendes finalizou alertando para os riscos econômicos: “Estamos surfando em uma fumaça eleitoral. Precisamos de lucidez. Essa crise pode virar uma das piores da nossa história”.
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