O ex-secretário de Fazenda do Estado, Marcel de Cursi, presta neste momento (sexta-feira 28.07, às 16h10min) depoimento a juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, referente à ação penal que ele responde por supostamente participar do esquema que desviou mais de R$ 15,8 milhões dos cofres públicos do Estado por meio da desapropriação fraudulenta de um imóvel localizado na Capital.
Marcel é acusado de participar de um esquema de corrupção no governo do Estado, na gestão de Silval Barbosa, o qual teria desviado R$ 15,8 milhões na aquisição de uma área localizada no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá.
A denúncia feita pelo Ministério Público aponta que Silval autorizou o pagamento de R$ 31,7 milhões pela área, sendo que R$ 15,8 milhões teriam retornado pela suposta organização criminosa chefiada pelo ex-governador. O MP acusa Cursi de ser o “mentor intelectual” da suposta organização criminosa.
O ex-secretário de Fazenda do Estado foi preso em 15 de setembro de 2015 por participação no crime, sendo solto no último dia 16 deste mês.
Atualizada em 16h15min - Em depoimento, Marcel nega participação nos pagamentos de indenização da desapropriação, que não conhece o processo, que não recebeu propina.
"Eu acredito que existe um grande engano sobre mim no processo. Eu não recebi nenhuma propina. Nadaf disse que pagou despesas minhas. Ele falou isso para esconder nomes com prerrogativa de foro", declarou.
Atualizada em 16h25min - Ele nega que participou de reuniões tratando sobre o processo de desapropriação para receber propina. "Não participei de nenhuma reunião na qual ele (Nadaf) alega que foi falado dar prioridade ao processo porque daria retorno ao Estado", diz.
Cursi revela que acionou a Procuradoria do Estado e a Controladoria Geral do Estado para adotar providências pelo passivo da desapropriação. "Estou sendo acusado porque eu lá atrás constrangi essa pessoa (Nadaf) que comandou tudo isso. Isso ele fez para proteger algumas pessoas com prerrogativa de foro. Acredito que eles me colocaram nisso como forma de me prejudicar", acusou.
Marcel cita pagamentos efetuados aos deputados Wagner Ramos, Mauro Savi, Guilherme Maluf, Romoaldo Junior. "Essas pessoas receberam pagamentos e isso não consta na denúncia. Eu não sou membro e nem fiz parte de organização criminosa", volta a acusar.
Atualizada em 14h30min - Sobre os pagamentos aos deputados, o ex-secretário fala que Maluf teria supostamente recebido em torno de R$ 900 mil, ao citar dados do caderno investigativo da Sodoma.
Atualizada em 16h50min - Sobre os pagamentos, o ex-secretário questiona os valores que constam no processo e disse que o dossiê entregue por Filinto Muller foi alterado para incriminá-lo. "No primeiro dossiê estava zero para Marcel. Depois o Filinto colocou valores para mim. Em seguida o Pedro Nadaf diz que passou R$ 1 milhão. Isso é claro que foi feito para proteger algumas pessoas", citou.
Cursi diz que foi inserido na denúncia e que nunca se encontrou com o empresário Antônio Rodrigues. "O cara diz que eu cobrei propina. Como que ele não me reconhece e nem se lembra do meu nome. Ele diz que acabei com vida dele, deveria lembrar-se de mim. Não entra na minha cabeça essa história", disse.
Marcel nega compra de ouro em conjunto com o ex-presidente do Intermat, João Justino, e revela que Pedro Nadaf e Justino têm negócios juntos. "Essas pessoas que querem me incriminar têm negócios em conjunto" destacou.
O ex-secretário acusa Pedro Nadaf, Pedro Elias, César Zilio e Afonso Dalberto (todos firmaram acordo de delação premiada com Ministério Público) teriam celebrado um "acordo de persona" dentro Centro de Custódia da Capital para contar a mesma história. "Temos testemunhas que isso aconteceu. Eles ficaram na mesma cela", enfatizou.
Atualizada em 17h00 - De Cursi afirma que a Secretaria de Estado de Administração não é "ordenadora de despesas" do Estado, e que por isso não liberou pagamento de indenização da desapropriação da área do Jardim Liberdade.
Marcel acusa Pedro Nadaf de "usar seu nome indevidamente" junto a Silval Barbosa para "provar um determinado ato". "Eu rebelei sobre esse ato e levei ao governador. O governador disse que iria resolver e que não iria acontecer mais isso", disparou.
O ex-secretário cita que na delação premiada de Joesley Batista da JBS não citou ele por "facilitação no governo". "Eu não preciso roubar. Tudo que ganhei, ganhei trabalhando. Minha visão e que me inseriram nisso e protegeram pessoas com prerrogativa de foro", disse ao encerrar o depoimento, voltando a afirmar que não recebeu "nenhum centavo" da propina supostamente cobrada da indenização da desapropriação da área do Jardim Liberdade.
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