O deputado Wilson Santos (PSDB) voltou a defender o Projeto de Lei nº 349/2020, de sua autoria, que estabelece limites quantitativos para a exportação ou remessa para fins de exportação das commodities produzidas no Estado de Mato Grosso. Wilson alertou na sessão ordinária dessa quarta-feira (26.08), que o Estado, mesmo sendo considerado maior produtor de grãos, deverá importar soja da Argentina ou do Paraguai.
“Eu jamais imaginei ser possível, vou falar de um assunto que é inacreditável, Mato Grosso vai importar soja, eu vou repetir, Mato Grosso deverá ainda este ano, importar soja da Argentina ou do Paraguai, porque as indústrias esmagadoras de soja não estão conseguindo a matéria prima do mercado mato-grossense”, afirmou.
Santos afirmou que as indústrias esmagadoras correm risco de não pagar funcionários e fechar as portas. Segundo ele, o projeto que apresentou no primeiro semestre, precisa voltar a ser discutido diante da atual realidade.
“Com toda soja indo para exportação, não há um mínimo para que as indústrias esmagadoras continuem a funcionar, elas vão quebrar e demitir. Inacreditável, eu recebi vários representantes do setor esmagador do Estado e encaminhei ao secretário Cesar Miranda. Então agora, vamos propor o debate sobre o assunto, Mato Grosso do Sul já limita a exportação em 50%, aqui não necessariamente pode ser isso, podemos começar um percentual menos, mas ai realidade provou a necessidade de tratar desse tema com responsabilidade”, defendeu.
Consta do projeto, que fica estabelecido em 50% o limite quantitativo global para a realização de operações de exportação ou de remessa para fins de exportação as commodities produzidas no Estado. São consideradas as commodities de: Carne bovina; Soja; Farelo e resíduos da extração de óleo de soja; Óleo da soja; Milho; Suíno; Frango; Algodão; Girassol; Ouro em formas semimanufaturadas, para uso não monetário e demais produtos semimanufaturados.
Vale destacar que conforme levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), boa parte dos produtores já negociou quase metade do que espera colher na safra 2020/2021. Segundo a entidade, o Estado pode colher 34,7 milhões de toneladas, dos quais já negociou 47%. O total já vendido representa o dobro do negociado em julho de 2019 (23,2%).
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