Em depoimento à juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane, referente ação penal originária da Operação Rêmora que apurou esquema de corrupção na Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT), o ex-servidor da pasta, Wander Luiz dos Reis isentou o presidente da Assembleia Legislativa (AL/MT), deputado Guilherme Maluf (PSDB) dos atos ilícitos praticados no âmbito da Secretaria.
Indicado por Guilherme Maluf, Wander é acusado de participar do esquema de fraudes em licitação na pasta.
O ex-servidor começou o depoimento negando participação no esquema e de que estava foragido, segundo ele, quando foi preso estava de férias em Natal (RN) e não foragido como a mídia noticiou à época.
Reis nega que o deputado Maluf tenha o orientado a cometer algo ilícito dentro da Seduc/MT em seu nome, e que foi indicado porque tinha competência de ocupar o cargo de superintendente de infraestrutura escolar na Secretaria.
Wander afirmou que sempre fiscalizou as medições nas obras executadas pelas construtoras para que não ocorressem irregularidades. Argumentou ainda, que conheceu o empresário Giovani Guizardi, mas que não teve nenhuma relação próxima a ele, citando que teve dois encontros com empresário sendo um deles em Várzea Grande.
O depoente disse que Giovani visitava diariamente a Seduc em busca de obras para sua empresa Dínamo Construtora.
“O PSDB me indicou com chanceler do deputado Guilherme Maluf. Tinha umas 13 pessoas dentro do partido querendo o cargo” contou.
Ele encerrou o depoimento afirmando que nunca teve conhecimento que algum empresário tenha ameaçado alguém dentro da Seduc.
Atualizada - Já o ex-servidor Moisés Dias, que assim como Wander, foi indicado pelo deputado Guilherme Maluf, afirmou em seu depoimento que antes de assumir a função na Seduc trabalhava no projeto Assembleia Intinerante e que aceitou o cargo para tentar dialogar com os diretores de escolas a viabilização de Maluf para possíveis pretensões políticas do tucano.
“Aceitei trabalhar lá para ajudar o nosso grupo político, que tem o deputado Guilherme Maluf. Na pasta eu iria conseguir articulações políticas com os diretores e outras pessoas ligadas às escolas” contou.
Ele relata que assim que entrou na Seduc tinha um grande fluxo de pessoal não autorizado na superintendência de infraestrutura escolar, sendo que uma dessas pessoas foi Giovani Guizardi. “Depois proibi a entrada desse tipo de pessoas”.
O ex-servidor contou que nunca recebeu e nem tratou de propina com o secretário Permínio Pinto, muito menos com empresários e nem o deputado Guilherme Maluf. “Eu estava provisório ali, e sabia que iria voltar para meu cargo de assessor parlamentar na Assembleia”.
Ele contou que não participou de pagamentos à empresas junto a Seduc. “Todas as pessoas e inclusive empresários, sempre recebi eles com uma testemunha para não ter nada contra mim" argumentou.
O depoente contou que nunca participou de licitação na Seduc. “Nunca fui nem em abertura em licitação, quanto mais em fraude como estão dizendo que participei” se defendeu.
A defesa de Moisés Dias solicitou a juíza Selma Rosane a retirada das medidas cautelares, como a tornozeleira eletrônica que ele está utilizando há quatro meses.
A magistrada ficou de analisar o pedido. O Ministério Público solicitou vistas dos autos para manifestação.
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