A acareação entre o ex-presidente da Construtora Andrade Gutierrez e um dos delatores da Lava-Jato, e o ex-ministro Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014, sobre a divergência de doação para a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff, no valor de R$ 1.025.000 milhão, supostamente por meio da construtora Andrade Gutierrez, foi cancelada em despacho do corregedor-geral da Justiça Eleitoral ministro Herman Benjamin. No entanto, o ministro manteve o depoimento de Otávio Azevedo para a próxima quinta-feira (17.11), às 18h, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
A decisão do ministro Herman Benjamin ocorreu na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) 194358, de autoria da Coligação Muda Brasil e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) contra a chapa que venceu as eleições para a Presidência da República em 2014, formada por Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer.
Inicialmente, a acareação pretendia esclarecer divergência levantada pela defesa de Dilma Rousseff de que o valor doado pela Andrade Gutierrez não teria ingressado na campanha da chapa Dilma-Temer por intermédio de transferência do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), mas sim do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). No entanto, a própria defesa de Dilma Rousseff apresentou documentos que demonstram a doação nominal ao então vice-candidato, Michel Temer. Por essa razão, o ministro Herman Benjamin dispensou a acareação a pedido da própria defesa de Dilma Rousseff.
“Neste sentido, a mera reinquirição do senhor Otávio configura medida eficaz para a elucidação da divergência, sem prejuízo de que, caso necessário, sejam determinados atos complementares para o aprofundamento do conjunto probatório em relação ao ponto”, esclareceu o relator em seu despacho.
A Ordem dos Advogados do Brasil emitiu uma nota pedindo esclarecimento urgente a respeito do repasse de R$ 1 milhão para a campanha que elegeu a chapa Dilma-Temer em 2014.
O presidente da OAB Nacional, Claudio Lamachia, diz que a sociedade precisa saber se esses recursos são legítimos ou fruto de propina é sobre qual conta foi usada para receber o dinheiro.
Eis, abaixo, a nota de Lamachia:
"É absolutamente necessário e urgente o esclarecimento a respeito do repasse de R$ 1 milhão para a campanha que elegeu a chapa Dilma-Temer em 2014. A sociedade precisa saber se esses recursos são legítimos ou fruto de propina. Outro ponto que precisa ser esclarecido é sobre qual conta foi usada para receber o dinheiro. A OAB acompanha com atenção os desdobramentos desse fato para cumprir com rigor sua função de defender os interesses da sociedade e o cumprimento da Constituição. Se necessário, a OAB usará de suas prerrogativas constitucionais para fazer valer os interesses da cidadania."
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