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Política Quarta-feira, 19 de Julho de 2017, 14:16 - A | A

Quarta-feira, 19 de Julho de 2017, 14h:16 - A | A

Seven

Em depoimento, Silval complica Nadaf, "livra" Marcel de Cursi e "poupa" TCE/MT

Lucione Nazareth/VG Notícias

VG Notícias

Silval depondo

Silva nega participação de Marcel de Cursi no esquema

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) detalha neste momento (14h16min), como ocorreu o desvio de R$ 7 milhões do governo do Estado, por meio de fraude na compra de um terreno localizado na região do Manso que já pertencia ao Estado. Na época dos fatos, o peemedebista comandou o governo.

O depoimento está sendo prestado para a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, na ação penal movida pelo Ministério Público Estadual (MPE), originária da Operação Seven deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em fevereiro de 2016.

Além do ex-governador, são réus no processo criminal o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto, o ex-secretário adjunto de Administração, José Nunes Cordeiro, o ex-secretário adjunto de Meio Ambiente, Wilson Gambogi Pinheiro Taques, os ex-secretários de Estado Arnaldo Alves (Planejamento) e Pedro Nadaf (Casa Civil), o procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o analista da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Francisval Akerley da Costa, Cláudio Takayuki Shida, e o médico Filinto Correa da Costa.

Silval começa o depoimento falando que quem trouxe o assunto da aquisição da área do Manso foi o ex-secretário Pedro Nadaf. Segundo ele, existia muitas dívidas de campanha e Nadaf informou a ele que existia uma área de desapropriação de propriedade do médico Filinto Muller.
Conforme ele, foi realizada uma reunião entre ele (Silval), Nadaf e o procurador Chico Lima. "Nadaf disse que existia um retorno que dava para pagar um compromisso que eu tinha na ordem de R$ 1,5 milhão", declarou.

O ex-governador relatou que Nadaf ficou de acertar o repasse de dinheiro da área para Adalberto Afonso e também para Chico Lima. Porém, segundo Silval, a desapropriação ficou travada por um período pela falta de dotação orçamentária para pagar a indenização da desapropriação.

"Eu falei para o Pedro que resolveria a questão da dotação orçamentária e pedi para ele (Pedro) resolver o resto".

O peemedebista disse que providenciou junto ao secretário Marcel de Cursi para a liberação dos R$ 7 milhões, em dois pagamentos de R$ 3,5 milhões cada.

O ex-gestor afirmou que do valor desviado, R$ 1,5 milhão foi para pagar dívidas de campanha do peemedebista, R$ 500 mil ficou com Pedro Nadaf, R$ 500 mil com Afonso Adalberto e R$ 150 mil pagos por Nadaf para o empresário Alan Malouf relacionados a dívida de Silval com o empresário. Ele nega conhecer se Chico Lima recebeu algum dinheiro desviado no negócio.

Barbosa declarou que os ex-secretários Arnaldo Alves e Marcel de Cursi não participaram do esquema.

Atualizada às 14h28min - Para desapropriação da área do Manso, Nadaf e Chico Lima disseram que o local tinha estudo para ser parque ambiental, e que estava tudo legal para a desapropriação, faltando apenas pagar a indenização ao proprietário do imóvel. "Eu acredito que ocorreu superfaturamento, mas não foi determinado por mim. Todo o processo foi conduzido pelo Nadaf", garantiu.

Sobre o valor de aproximadamente R$ 850 mil restante dos R$ 3 milhões que não aparecem nos autos, Silval diz que não sabe quem ficou com o montante.

Em seu depoimento, Silval disse à juíza que em outras oportunidades diria quais dívidas foram pagas com os R$ 1,5 milhão desviado da desapropriação. Apenas pontuou que seria um "compromisso" que ele deveria saldar. "Acho que foi pago porque nunca mais me procuraram para cobrar o valor", limitou-se a dizer o ex-governador.

Atualizada às 14h41min - Ao final do depoimento a defesa do réu Wilson Gambogi Pinheiro Taques, requereu a juntada ao processo da colaboração premiada de Pedro Nadaf, firmado com o Ministério Público, e que cita que a motivação do desvio do dinheiro foi para pagar conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. A juíza Selma Rosane deferiu o pedido e acatou a juntada delação e com isso anulou um novo depoimento do ex-secretário na ação penal.

Vale destacar, que Silval não citou a dívida com conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT), como relatado da delação de Pedro Nadaf. Ao oticias, a defesa de Silval não quis comentar sobre o assunto.

Já o advogado Huedel Rolim da defesa do médico Filinto Muller, dono da área desapropriada disse que o depoimento do Nadaf sobre a dívida de Silval Barbosa com o TCE/MT, são importantes elementos para trabalhar a defesa do seu cliente, e pelo fato de que Nadaf deixou de relatar os fatos considerados importantes durante seu depoimento na ação penal.

Reelembre depoimento de Nadaf ao Gaeco - De acordo com o ex-chefe da Casa Civil, para Silval honrar o compromisso com a Corte de Contas, o ex-governador utilizou diversas formas de desvios de dinheiro público, a exemplo, da desapropriação da área na região do Manso, de propriedade de Filinto Correa da Costa, ocorrida em 2014.

Ele contou que parte da propina que havia sido acordada com Silval no valor de R$ 50 milhões foi paga mediante desvios de dinheiro público, bem como outra parte das propinas foram viabilizadas através do dinheiro desviado do Estado nessa desapropriação, que perfez o retorno à Organização Criminosa, da qual Pedro Nadaf diz ter conhecimento, do montante de R$ 3.500 milhões e ficando para ele a quantia de R$ 500 mil.

Silval necessitava do dinheiro público desviado a fim de honrar parte da dívida de R$ 50 milhões com o Tribunal de Contas do Estado, então o procurador Chico Lima deu sugestão de desapropriação da área do Manso, para ele (Nadaf) levasse ao conhecimento de Silval que toda documentação estava perfeita.

Silval mandou chamar Afonso Adalberto, ex-presidente do Intermat, na Casa Civil e explicou sobre a desapropriação, ocasião que Afonso explicou que não tinha viabilidade financeira pelo órgão para pagar a desapropriação. Por conta disso, Silval marcou uma reunião com Chico Lima, Afonso e Arnaldo Alves, secretário de Planejamento a época, momento em que Silval comunicou a Afonso que Chico Lima seria responsável por todo o trâmite da documentação da desapropriação, enquanto Arnaldo ficaria responsável por abrir o orçamento e Nadaf viabilizaria os recursos junto ao Marcel de Cursi na Secretaria de Estado de Fazenda.

Nadaf recebeu sua parte e a destinada ao pagamento de parte das propinas mensais que Silval devia ao TCE, nesse caso R$ 1.500 milhão. Nadaf contou que após esta reunião, procurou Marcel de Cursi chamando-o a Casa Civil, inteirando sobre o assunto, bem como determinou que ele providenciasse recursos para o referido pagamento, ratificando que o retorno desse dinheiro desviado serviria para quitar parte da dívida que Silval Barbosa tinha perante o Tribunal de Contas.

Ele disse que o Estado pagou R$ 7 milhões pela desapropriação, tendo Chico Lima ficado responsável de tratar diretamente com o proprietário da área acerca do retorno desviado para organização criminosa, que de praxe era de 50% do valor pago pelo Estado, perfazendo, portanto, o valor de R$ 3,5 milhões, que após os dois pagamentos efetuados pelo Estado ao proprietário da área desapropriada, o retorno do valor referente aos 50% da parte que cabia a organização criminosa foi recebido por Chico Lima, que por sua vez repassou parte do dinheiro a ele (Nadaf). Deste dinheiro, parte ficou com ele (Nadaf) e parte serviu para pagar dívida de propinas de Silval Barbosa com os conselheiros do TCE. Leia mais, clique aqui.

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