Preso em 3 de maio na Operação Rêmora, e solto nessa quarta (30.11), após firmar acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE), o empresário Giovani Guizardi, confessou os crimes e disse que parte do dinheiro da propina recebida foi para compensar investidores da campanha do governador Pedro Taques (PSDB), na disputa em 2014.
Guizardi é acusado de integrar, juntamente com o ex-secretário Permínio Pinto, organização criminosa que negociava licitações e cobrança de propinas em obras da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Segundo ele, a organização criminosa, criada no âmbito da Administração Pública Estadual em 2015, arrecadava fundos ilícitos para saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais ocorridas no ano de 2014. O esquema, conforme Guizardi, arrecadou R$ 1,2 milhão de propina, sendo que R$ 120 mil embolsado por ele, e o restante divido com os integrantes do quartel.
Em sua delação, o empresário contou que seu envolvimento no esquema foi por meio do empresário Alan Malouf, e que quando tomou parte na organização criminosa, ela já operava dentro da Seduc com a participação do ex-secretário da pasta, Permínio Pinto (apontado pelo Gaeco como líder no esquema), pelo servidor Fábio Frigeri e pelos empresários Ricardo Sguarezi e Leonardo Guimarães Rodrigues.
Conforme o Guizardi, ao entrar para a organização decidiu ampliar o valor da propina arrecadada – que de 3% passou para 5% -, e convidou Alan Malouf a participar, tendo em vista que ele teria investido financeiramente na campanha de Pedro Taques e ainda não estaria recebendo o valor injetado em retorno, enquanto outros investidores já estariam reavendo os recursos pagos à época.
No entanto, as declarações do empresário foram contestadas pelo governador Pedro Taques, que por meio de nota, lamentou o envolvimento de seu nome no caso, e refutou qualquer tentativa de envolvê-lo em qualquer ato ilegal, uma vez que jamais tratou com quem quer seja de nenhum assunto relacionado à investigação.
Taques argumentou ainda que suas contas de campanha, referente as eleições de 2014 – citadas na delação -, foram aprovadas sem ressalvas pela Justiça Eleitoral, o que afasta qualquer cometimento de ato ilegal praticado em sua campanha. Confira nota na íntegra:
Nota à imprensa
Diante das notícias trazidas a público nesta quinta-feira (01.12) pela imprensa sobre suposta “delação” do réu na operação Rêmora, Giovani Belatto Guizardi, o Governo de Mato Grosso esclarece:
01) O governador Pedro Taques tomou as medidas que lhe competiam - quando da deflagração da Operação Rêmora (que apura eventuais crimes contra o patrimônio público na Secretaria de Estado de Educação - Seduc) -, exonerando e/ou afastando todos os servidores públicos denunciados, inclusive o ex-secretário de Educação. Tal medida, por si só, demonstra a firmeza do governador e do Governo no combate à corrupção e na apuração de qualquer denúncia que envolva atos de improbidade no âmbito do Governo do Estado de Mato Grosso;
02) O governador lamenta o envolvimento de seu nome no caso, refuta com veemência qualquer tentativa de envolvê-lo em qualquer ato ilegal, uma vez que jamais tratou com quem quer seja de nenhum assunto relacionado à investigação;
03) Pedro Taques lamenta, ainda, que pessoas do seu convívio pessoal, político ou partidário possam estar envolvidas em malfeitos, e reitera seu entendimento de que ninguém está acima da lei e apoia investigação para que, ao final, comprovados os fatos denunciados, todos os envolvidos sejam punidos com o rigor da lei;
04) O governador reitera o que já disse em outras situações, de que a prestação de contas da sua campanha eleitoral de 2014 foi aprovada sem ressalvas pela Justiça Eleitoral e que, por essa razão, repudia toda e qualquer tentativa de envolvê-lo em qualquer ato ilegal, prática que ele sempre combateu ao longo da sua vida, especialmente nos 15 anos nos quais atuou como Procurador da República.
Cuiabá-MT, 01 de dezembro de 2016.
GCOM – Gabinete de Comunicação do Governo de Mato Grosso
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