O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou nesta terça-feira (30.09) que a saúde pública da Capital deve encerrar o ano com um déficit estimado em R$ 120 milhões. Segundo ele, o setor é o mais comprometido dentro das contas municipais e concentra as maiores dificuldades financeiras da atual gestão.
O prefeito explicou que, mesmo após cortes de despesas e redução de gastos, a previsão é de que o município chegue a um déficit total de R$ 300 milhões em 2025. No caso da Empresa Cuiabana de Saúde, que administra unidades do município, a despesa mensal é de aproximadamente R$ 32 milhões, contra uma receita de R$ 25 milhões, gerando um desequilíbrio de R$ 7 milhões a cada mês.
Brunini voltou a falar que a Prefeitura precisou assumir dívidas acumuladas de anos anteriores para evitar paralisações de serviços, como fornecimento de medicamentos e atendimentos médicos. Ele citou que o pagamento desses passivos foi necessário para impedir a interrupção de contratos com prestadores de serviços, o que poderia ter comprometido o funcionamento da rede municipal.
A situação também se reflete no atendimento direto à população. O chefe do Executivo mencionou superlotação em UPAs, especialmente diante do aumento de casos de crianças com sintomas respiratórios — devido as altas temperaturas e baixa umidade do ar, além da pressão de pacientes com suspeita de infarto e AVC. Brunini afirmou que a transferência de pacientes das UPAs para hospitais como o HMC, São Benedito e Pronto-Socorro é de responsabilidade do Estado, por meio da Central de Regulação, mas ressaltou que as unidades hospitalares também estão operando no limite de leitos disponíveis.
Para tentar reorganizar as contas, Brunini informou que deve encaminhar à Câmara Municipal um projeto de lei que prevê o parcelamento das dívidas da Prefeitura. A proposta estabelece uma ordem cronológica de pagamentos a ser publicada no Portal da Transparência, com possibilidade de exceções apenas em casos emergenciais relacionados à saúde.
O prefeito também abordou o cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado para reorganizar a rede municipal de saúde. Até agosto, cerca de 40% das medidas haviam sido implementadas. Entre os entraves apontados estão obras paradas, necessidade de reformas nas UPAs e falta de recursos para a aquisição de equipamentos e mobiliário básico. Brunini disse buscar apoio junto ao Governo do Estado e à bancada federal para viabilizar novos aportes.
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