Em depoimento prestado aos delegados da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJC/MT), Flávio Stringueta e Ana Cristina Feldner – ambos responsáveis pelas investigações do esquema de grampos ilegais instalado no Estado, o cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Correa Júnior, acusou a juíza da Sétima Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda e o promotor de Justiça Marco Aurélio Castro, de arquitetarem um atentado contra a magistrada para grampear o ex-governador Silval Barbsa (PMDB) e o ex-deputado José Riva.
Gerson Luiz está preso desde 11 de outubro, acusado de retirar e esconder o equipamento Wryton, do sistema Sentinela, utilizado para grampear inúmeros telefones de forma clandestina em Mato Grosso.
Segundo o cabo, o promotor teria lhe orientado a criar uma “história cobertura” para dar início a uma interceptação de pessoas suspeitas de tramarem a morte da magistrada, sendo os suspeitos: Silval Barbosa e José Riva. A possível trama teria sido passada a ele pela própria juíza.
“Revelação de uma irregularidade ocorrida em investigação promovida pelo Gaeco/MT com anuência do então coordenador, Promotor de Justiça Marco Aurélio Castro, quando este determinou ao interrogado Gerson Correa que criasse uma estória cobertura para dar início a uma interceptação de pessoas suspeitas de tramarem a morte da Dra. Selma Arruda Juíza de Direito da 7ª Vara Criminal desta Comarca; Segundo o interrogado Gerson Correa, a Dra. Selma Arruda foi quem lhe passou as informações sobre essa trama, as quais lhe foram levadas por uma assessora de outra vara desta comarca, cujos suspeitos eram o ex-governador Silval Barbosa e o ex-deputado estadual José Riva; para poupa-la de ser implicada como a fonte da informação, houve a montagem dessa estória cobertura com o conhecimento dela” diz trecho do depoimento de Gerson.
Outro lado – Em nota, o Gaeco disse não conhecer o teor do depoimento prestado pelo cabo da Polícia Militar, mas que repudia qualquer tentativa de envolvimento de Promotores de Justiça que integram ou integraram o Grupo no “escândalo dos grampos”.
Confira na íntegra:
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) informou, por meio da Assessoria de Imprensa, que não conhece o teor do depoimento prestado pelo cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Correia Júnior no último dia 16, mas que repudia qualquer tentativa de envolvimento de Promotores de Justiça que integram ou integraram o Grupo no “escândalo dos grampos”.
Destacou que, em respeito à decisão do Ministro Mauro Campbell Marques, proferida no dia 11/10 e amplamente divulgada, avocando as investigações para Superior Tribunal de Justiça, se limita a afirmar que o procedimento adotado quanto à proteção da integridade física e da vida da magistrada Selma Rosane Santos Arruda, uma das protagonistas no enfrentamento à criminalidade organizada deste Estado, fora cumprido com total respeito à lei.
Ressaltou, também, ter “estranhado” o fato do Militar ter prestado depoimento após a decisão do STJ, requisitando toda a investigação. Por fim, enfatizou que o Gaeco sempre atuou pautado na legalidade e que tem importantes serviços prestados à sociedade e que ataques dessa natureza contra integrantes do Ministério Público e do Poder Judiciário apenas fortalecem o crime organizado.
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