Os deputados estaduais Valdir Barranco (PT) e Gilberto Cattani (PL), representantes de espectros políticos opostos, divergiram sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a divulgação do relatório da Polícia Federal (PF) sobre a suposta trama golpista envolvendo diversos políticos e militares após o segundo turno das eleições de 2022.
O relatório da PF, que menciona Jair Bolsonaro 643 vezes, aponta que os seis núcleos envolvidos agiram para manter o ex-presidente no poder.
Segundo o deputado Valdir Barranco, Bolsonaro está "com os dias contados para ir para a cadeia". “Vai caber prisão! Se faltava alguma coisa, não falta mais. A Polícia Federal não deixou nenhuma brecha. Eles provaram: ele [Jair Bolsonaro] arquitetou o plano, participou de todas as etapas”, declarou o parlamentar.
Barranco também afirmou que Bolsonaro “tentou forçar os generais do Exército a lhe dar total respaldo” para o golpe, mas teria desistido após não obter apoio unânime. O deputado acredita que o ex-presidente e seus aliados estão em uma situação complicada diante das informações divulgadas pela PF, que incluiriam um plano para assassinar o presidente eleito Lula (PT), seu vice Geraldo Alckmin (PSB), o ministro do STF Alexandre de Moraes e, ainda, prender o ministro Gilmar Mendes.
“Todo um plano foi revelado pela Polícia Federal: o assassinato de três grandes autoridades — do presidente da República eleito, Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes — e a prisão também do Gilmar Mendes. Então, eu acho que eles estão no sal”, concluiu o parlamentar.
Por outro lado, o deputado Gilberto Cattani (PL) desqualificou o relatório da PF, afirmando que “papel aceita tudo”. Para Cattani, o crime só existe quando é efetivamente executado. “Se eu não sair para cometer esse crime, ele não existe. Não há como condenar uma pessoa sem que o crime tenha ocorrido”, declarou.
O Relatório da PF
De acordo com o relatório, Jair Bolsonaro tinha conhecimento e aprovava a "Carta ao comandante do Exército de oficiais superiores da ativa do Exército brasileiro", divulgada em 29 de novembro de 2022, cujo objetivo seria incitar militares a pressionar o comando do Exército para romper com o regime democrático.
A trama foi revelada após a Polícia Federal deflagrar a Operação Contragolpe, que resultou na prisão de quatro militares do Exército. Conforme o plano, a execução de Lula seria realizada por envenenamento ou por meio de agentes químicos. Alexandre de Moraes, por sua vez, seria morto durante um possível sequestro. A operação incluía confrontos com a equipe de segurança do ministro e considerava a possibilidade de danos colaterais, incluindo a morte de toda a sua equipe.
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