A médica Sabrina Iara de Mello, investigada por suposta fraude processual no caso que apura o assassinato de Ivan Michel Bonotto, 35 anos, em Sorriso (528 km de Cuiabá), negou qualquer envolvimento no crime e afirmou, em nota divulgada nessa quarta-feira (16.07), que está sendo vítima de ataques e julgamentos precipitados.
Sabrina é suspeita de ter acessado o celular da vítima e apagado arquivos que poderiam contribuir com as investigações. Segundo a Polícia Civil, Ivan e a investigada mantinham um relacionamento extraconjugal e teria sido morto a mando do marido dela, Gabriel Tacca.
No pronunciamento, a ginecologista afirmou que está sendo acusada de caso extraconjugal, acobertar assassinato de amante e calúnias sem cunho de verdade. Além disso, ela declarou que está sendo “mais condenada” que o assassino confesso.
“Acusando minha pessoa de ter caso extraconjugal, acobertar assassinato de amante e calúnias sobre minha pessoa sem nenhum cunho de verdade (...) A maioria das pessoas está escolhendo lados. E escolheram o lado errado. Estas pessoas não condenam o assassino confesso, mas fazem alvoroço em devassar minha vida privada. Falam mais de mim do que condenar o assassino”, diz trecho da nota.
Ela também destacou que não está presa, tendo sido somente interrogada e liberada, e pediu que o público aguarde a conclusão das investigações. “Antecipar julgamentos acerca das pessoas é uma fala perigosa. Ela denigre a imagem das pessoas, sufoca a liberdade de expressão, através de tortura psicológica (SIC)”, declarou.
Entenda o caso
O crime aconteceu em uma distribuidora de bebidas em Sorriso. Inicialmente, a morte de Ivan foi tratada como consequência de uma briga em um bar. No entanto, as investigações apontaram que se tratava de um homicídio premeditado, motivado por um caso extraconjugal.
Segundo a Polícia Civil, Gabriel Tacca, marido da médica, contratou Danilo Guimarães para executar Ivan. A vítima foi atraída para o local e atacada pelas costas. Na terça-feira (15), Gabriel e Danilo foram presos durante a Operação Inimigo Íntimo.
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As investigações revelaram ainda que Sabrina compareceu ao hospital minutos após a vítima dar entrada, supostamente para ter acesso ao celular e apagar conversas, fotos e vídeos que comprovavam a relação extraconjugal. O aparelho foi devolvido à família três dias depois, já sem os arquivos. Em depoimento, a médica alegou que apagou os dados para “proteger a vítima”.
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Confira nota completa
Eu, Sabrina Iara de Mello, ginecologista e obstetra na cidade de Sorriso, manifesto profunda indignação diante das recentes declarações nas mídias sociais de pessoas sem conhecimento do ocorrido, acusando minha pessoa de ter caso extraconjugal, acobertar assassinato de amante e calúnias sobre minha pessoa sem nenhum cunho de verdade, pessoas que ignoram a realidade dos fatos, escolhendo o caminho de misturar minha vida privada com um homicídio ocorrido, não havendo de forma alguma relação entre estes fatos.
A maioria das pessoas está escolhendo lados. E escolheram o lado errado.
Estas pessoas não condenam o assassino confesso, mas fazem alvoroço em devassar minha vida privada. Falam mais de mim do que condenar o assassino.
Sou uma médica. Quando chegou ao hospital, toda a equipe hospitalar deu total apoio à vítima, de forma plural, visando salvar sua vida.
Reafirmamos, como mulher e médica, a livre expressão das pessoas, mas com responsabilidade e verdade.
Não estou presa. Fui interrogada e posteriormente liberada, sendo investigada por uma suposta fraude processual, investigação esta a qual abrirá espaço para o contraditório e ampla defesa.
Antecipar julgamentos acerca das pessoas é uma fala perigosa. Ela denigre a imagem das pessoas, sufoca a liberdade de expressão, através de tortura psicológica.
Humildemente, peço a todas as pessoas que aguardem o resultado das investigações, não proferindo juízo de valor, vale dizer negativo, antecipadamente sobre o ocorrido.
Não há absoluto nexo entre o homicídio ocorrido e a conduta em relação à minha vida privada.
Apontar o dedo para um lado dos fatos não é neutralidade. É cumplicidade.
Sabrina Iara de Mello.
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