A médica Sabrina Iara de Mello é investigada por fraude processual após apagar mensagens, fotos e vídeos do celular do seu suposto amante, Ivan Michel Bonotto, 35 anos, enquanto ele estava internado na UTI. Ivan havia sido esfaqueado em um bar e morreu dias depois no Hospital 13 de Maio, em Sorriso (420 km de Cuiabá). Câmeras de segurança mostram a médica acompanhando a vítima no hospital logo após o crime.
Nesta terça-feira (15.07), a Polícia Civil deflagrou a Operação Inimigo Íntimo. Foram presos o autor do crime, Danilo Guimarães, e o mandante, Gabriel Tacca — marido de Sabrina. A médica foi alvo de mandado de busca e apreensão, e seu celular foi recolhido para perícia. Ela responde por fraude processual, e a polícia apura se teve participação direta no assassinato.
A médica chegou a ficar três dias com o celular da vítima antes de entregá-lo à família. Nesse período, ela apagou mensagens, fotos e até um vídeo em que Ivan aparecia ao lado do executor, Danilo Guimarães. Ao devolver o aparelho, justificou que havia excluído alguns arquivos para “proteger Ivan”.
Após retomar a consciência, Ivan foi informado pela família sobre a manipulação do celular. Incomodado, ele teria pedido que Sabrina fosse impedida de visitá-lo. Mesmo assim, ela continuou frequentando o hospital.
O crime
Na madrugada de 22 de março, Ivan deu entrada no Hospital 13 de Maio após ser esfaqueado várias vezes em uma distribuidora de bebidas no bairro Residencial Village. Inicialmente, o dono do local alegou que a agressão foi motivada por uma briga por consumo de álcool e que não conhecia os envolvidos. O autor das facadas também se apresentou à polícia e alegou legítima defesa.
As investigações, no entanto, desmentiram essas versões. A polícia descobriu que Ivan era amigo íntimo do dono da distribuidora e mantinha um relacionamento com a esposa dele, a médica Sabrina. O marido, Gabriel Tacca, então teria encomendado a morte de Ivan, que foi atraído até o local e esfaqueado pelas costas.
Ivan era morador de Tapurah e, sempre que visitava Sorriso, se hospedava na casa do casal. Existiam diversos registros de momentos de intimidade entre ele e os suspeitos.
A fraude
Apenas quatro minutos após Ivan dar entrada no hospital, Sabrina chegou à unidade, se apresentou como “amiga” do paciente e usou sua posição para pegar o celular dele. Ela então apagou mensagens, fotos e o vídeo que incriminava o executor. O aparelho foi devolvido à família três dias depois.
“O que apuramos é que a médica foi mentora da fraude e agiu para esconder da polícia a verdade sobre os fatos”, disse o delegado Bruno França, responsável pelo caso.
As investigações continuam para identificar o grau de envolvimento de cada um dos envolvidos na execução de Ivan.
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