O médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, 29 anos, investigado pela morte da adolescente Kethlyn Vitória de Souza, 15 anos, passou por audiência de custódia na tarde desta terça-feira (06.05), permaneceu preso provisoriamente e foi encaminhado à Cadeia Pública de Peixoto de Azevedo a 676 km de Cuiabá. A informação foi confirmada ao pelo advogado de defesa, Fábio Henrique, que relatou os detalhes da prisão e a versão apresentada por seu cliente à Polícia Civil.
Segundo o advogado, o médico se apresentou voluntariamente à delegacia para prestar depoimento e, durante o ato, foi informado sobre a decretação de sua prisão. A medida foi adotada após o juiz reconsiderar uma decisão anterior e acolher recurso do Ministério Público. “Como ele já estava ali, a prisão foi cumprida ali mesmo”, explicou o advogado.
Ainda conforme a defesa, o médico é natural de Guarantã do Norte, onde reside sua família, incluindo a mãe, com quem dividia a casa juntamente com a adolescente. Ele se formou em Medicina na Bolívia, pela Universidade Cristalina, tendo revalidado o diploma na Universidade de Brasília.
O relacionamento entre o médico e a adolescente durou cerca de seis meses. Segundo Henrique, com base em relatos de terceiros, a família da vítima também acredita que a morte foi acidental, embora a defesa ainda não tenha mantido contato direto com os familiares.
Sobre a arma utilizada no disparo, é uma pistola adquirida de uma pessoa em Sinop, que segundo o médico seria um advogado. No entanto, o acusado declarou não conhecer o “tal advogado”, pois a negociação foi intermediada por um colega de trabalho. A arma, segundo a defesa, não é legalizada. Ainda assim, o advogado criticou a banalização do uso de armamentos por jovens: “Virou modinha comprar arma por influência de propaganda. Em vez de um sofá ou um livro, o jovem compra uma arma”, declarou.
A versão apresentada pelo médico é a de que o disparo ocorreu de forma acidental.
Conforme relatado à polícia, o casal havia passado a noite em festas, consumindo bebida alcoólica, e retornava para casa quando a jovem pediu para dirigir, sentando-se no colo do namorado. No interior do veículo, enquanto brincavam, a arma — que ele acreditava estar desmuniciada — disparou acidentalmente. “Ele disse que achava que não havia munição, testou o gatilho algumas vezes e, na terceira, o disparo ocorreu”, relatou Fábio Henrique.
A defesa afirmou que o médico está colaborando com as investigações e forneceu todas as informações sobre a aquisição da arma, inclusive o nome do intermediário. Segundo o advogado, ele permanece preso, mas irá ingressar com habeas corpus para que o médico possa responder em liberdade. “É um preso provisório. Esperamos conseguir a soltura dele em breve”, concluiu.
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