Quase metade das mulheres assassinadas em Mato Grosso nos últimos dois anos foram vítimas de feminicídio, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24.07). Em 2023, o Estado registrou 103 homicídios contra mulheres, sendo 46 feminicídios (44,7% do total). Em 2024, dos 100 homicídios, 47 foram feminicídios, o equivalente a 47%.
O levantamento revela que, em 2023, oito vítimas tinham medida protetiva ativa no momento do assassinato. Em 2024, pelo menos uma mulher estava sob proteção judicial. O número de agressores que cometeram suicídio após o crime subiu de cinco, em 2023, para oito, em 2024.
As tentativas de feminicídio também aumentaram: foram 60 registros em 2023, dentro de um total de 347 tentativas de homicídio, e 66 casos em 2024, entre 341 tentativas no geral.
Casos de lesão corporal dolosa por violência doméstica atingiram 10.540 mulheres em 2023 e 9.287 em 2024. Já o número de mulheres ameaçadas foi de 20.251 em 2023 e 19.018 no ano seguinte.
Outras formas de violência também cresceram: stalking (perseguição): 1.808 vítimas em 2023 e 2.221 em 2024; violência psicológica: 1.296 casos em 2023 e 2.151 em 2024.
Mato Grosso registrou aumento na distribuição e concessão de medidas protetivas de urgência. Em 2023, foram 16.438 medidas distribuídas e 15.061 concedidas; em 2024, os números subiram para 17.529 distribuídas e 16.759 concedidas. O descumprimento dessas medidas também aumentou, passando de 1.688 casos em 2023 para 1.956 em 2024.
O Estado recebeu 732.315 ligações no número 190 em 2023, com 14.307 atendimentos relacionados à violência doméstica. Em 2024, foram 926.084 chamadas, sendo 13.584 sobre violência contra a mulher.
O estudo destaca que, apesar dos números, a violência de gênero continua subnotificada no Brasil devido a fatores como medo, dependência financeira e emocional, que impedem muitas vítimas de registrar ocorrência.
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